quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Policiais militares da BA decidem em assembleia continuar greve

No inicio da tarde desta quinta-feira (09/02), os Policiais militares da Bahia decidiram em assembleia que continuarão com em greve em todo o estado. A decisão foi tomada após os grevistas deixarem o prédio da Assembleia Legislativa que estava ocupado desde a semana passada.

A decisão foi tomada, no sindicato dos bancários, em Salvador, após a desocupação. No local, foi perguntado aos policiais se a greve continua ou acabou. Centenas deles responderam em uníssono: "Continua". Na sequência começaram a gritar: "A PM parou, a PM parou".

Diversos meios de comunicação acompanharam a assembleia a partir de um prédio vizinho, pois não foi autorizada a entrar no sindicato.

O ex-policial Marco Prisco considerado como líder da greve foi preso na manhã de hoje após deixar a Assembleia, junto com outro líder grevista, Antônio Paulo Angelini. Havia mandado de prisão expedido contra eles. Outros dois PMs já tinham sido presos durante a greve. Ao todo, 12 mandados de prisão foram expedidos contra policiais grevistas.

Prisco foi flagrado por escutas telefônicas incentivando atos de vandalismo no Estado. As gravações foram divulgadas pelo "Jornal Nacional", da TV Globo. Em uma das escutas um interlocutor de Prisco identificado como David Salomão diz que vai "queimar viatura" e "duas carretas" na rodovia Rio-Bahia.

Segundo um dos advogados dos grevistas, Rogério Andrade, a decisão de desocupar a Assembleia foi tomada porque os grevistas avaliaram que não teriam mais condições de manter a ocupação do prédio, que teve a luz e a água cortadas. Os militares do Exército que cercaram o local também bloquearam o acesso de mantimentos.
 
Outro grevista disse que a decisão foi tomada em assembleia durante a madrugada. O grupo estaria atendendo um pedido de Prisco, que entendeu que seria mais seguro eles se entregarem porque havia uma determinação de reintegração de posse e poderia haver confronto.

GREVE

A greve dos PMs da Bahia começou na semana passada. Eles reivindicam aumento salarial e a incorporação de gratificações aos salários.

Em entrevista à Folha, o governador Wagner disse que não pagaria nada acima do reajuste já concedido ao funcionalismo do Estado. Na terça (7), porém, o governo passou o dia negociando com líderes grevistas, mas a reunião foi suspensa sem acordo.
 
O impasse ficou por conta dos 12 mandados de prisão expedidos contra PMs grevistas. Prisco afirmou na ocasião que ninguém retornará ao trabalho sem que haja uma anistia geral.
 
Na segunda-feira, diversos focos de tumulto ocorreram no local, e os militares usaram balas de borracha e bombas de efeito moral para conter os ânimos.

Fotos Lunae Parracho/Reuters

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