quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PMs da BA fazem nova proposta de negociação com governo


A reunião entre três entidades que representam policiais militares da Bahia para decidir sobre os rumos da greve após a desocupação do prédio da Assembléia Legislativa, nesta quinta-feira (09/02), terminou sem acordo para encerrar a paralisação, segundo o sargento Jackson Carvalho, presidente da Associação de Sargentos e Sub-tenentes de Polícia Militar, por volta das 17h. Em entrevista ao G1, o sargento disse que foi elaborada uma nova proposta, que vai ser levada ao governador para que seja aberta a negociação.

"Fizemos um documento, que já foi encaminhado ao governador Jaques Wagner, para melhorar a proposta. Queremos que a GAP IV [Gratificação de Atividade de Polícia] comece a ser paga em março, em vez de novembro [como o governo propôs]. Um percentual em março e o resto em novembro. O governo decide como será a divisão do percentual", afirma o sargento Jackson. O governo do estado não se pronunciou oficialmente sobre a retomada de negociações, e as entidades programaram uma entrevista coletiva para a noite desta quinta para detalhar a atual situação da greve.

No encontro, estiveram presentes representantes de três associações de classe e, segundo eles, também o comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Alfredo Castro.

Sobre a GAP V, outro benefício específico da classe, que tem sido pedido pelo movimento grevista, o sargento relata que eles querem redução do prazo para início do pagamento, sem especificar detalhes. O governo prometeu quitar a GAP V entre 2012 e 2015. Ainda de acordo com o sargento, eles agora aguardam a resposta do governo para avaliar o fim da greve.

Além da reunião entre as entidades, cerca de 500 manifestantes, incluindo policiais que estavam na Assembleia Legislativa desde o dia 31, também discutem em um ginásio da capital baiana os rumos da greve.  

Novo ponto de protesto

Vários dos PMs que ocupavam a Assembleia até a manhã desta quinta se juntaram a outros manifestantes em um ginásio do Sindicato dos Bancários, em Salvador. Eles são ligados à Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra). O grupo não permitiu que a imprensa entrasse no local, mas a estimativa é de que haja 500 pessoas.

Eles entoam gritos em defesa dos PMs e falam em manutenção da paralisação. Segundo o deputado federal Capitão Tadeu, que defende o grupo, a greve ainda não acabou. Um dos soldados grevistas, que faz parte da Justa Reserva da PM e não quer se identificar, conta que o fim da greve depende de o governo acatar o pedido de não punição irrestrita aos grevistas e o pagamento imediato dos benefícios. Segundo ele, o ato de deixar a Assembleia foi uma medida preventiva, por receio de confronto com as Força Armada e Força Nacional de Segurança.

"Todo mundo aceitou, para não ter derramamento de sangue. Prisco lembrou a guerra de Canudos, dizendo que teve muita perda e que a maioria era pai de família. Disse que ia se entregar, mas que a greve continua. Foi stress total lá dentro, ninguém aguentava mais a pressão. Todo mundo armado, tanto nós, quanto lá fora", relatou.

A greve dos PMs na Bahia começou em 31 de janeiro e o governo do estado solicitou auxílio da Força Nacional de Segurança e do Exército para fazer o patrulhamento nas ruas e cercar o prédio da Assembleia, que havia sido tomado pelos grevistas.

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