Um dos lideres do trafico de drogas da Ilha de Itaparica e região foi assassinado na madrugada deste domingo (16). Pedro Mário vinha sendo procurado pela policia local e da capital baiana.
O traficante foi morto com cerca de seis tiros em um terreno do bairro de Marcelino, conhecido por ser uma área que concentra o comércio de drogas. Segundo policiais da delegacia de Itaparica, o delegado Magalhães já havia solicitado a prisão preventiva de Pedro Mário. O motivo do assassinato e o autor dos disparos ainda são desconhecidos.
Domínio do tráfico
O tráfico de drogas imprime o medo nas 14 comunidades que formam o município de Itaparica. O local predileto para o veraneio de muitos moradores de Salvador tornou-se atrativo para abrigar traficantes foragidos da capital baiana.
Em comunidades como Marcelino e Alto das Pombas, os bandidos chegam a ordenar toque de recolher. “Todos os dias às 18h temos que fechar as portas do comércio para que a droga passe pela rua. Quem não cumprir isso morre”, revelou a proprietária de um estabelecimento do Alto das Pombas que pediu sigilo de identidade temendo represálias.
Porto Santos, Bela Vista e Urbis são outros distritos onde a ação do tráfico é mais forte na cidade. O delegado Carlos Sanches, interino da 19ª Delegacia de Polícia (Itaparica), admite que a maior parte das ações criminosas na cidade são provocadas pelos entorpecentes. “Infelizmente, o tráfico impera aqui. Tivemos redução no número de assaltos, mas na maioria das comunidades há traficantes atuando”, explica o delegado.
Dos 28 presos que estavam custodiados na segunda-feira (20) na unidade policial, 24 tinham acusações ligadas ao tráfico de drogas. Destes, cerca de 80% são de outras cidades. “A maioria vem atuar aqui porque foi expulso do mundo do crime de Salvador. Tem muito traficante aqui de Tancredo Neves, Engomadeira e Sussuarana”, completa Sanches.
Um líder comunitário da comunidade de Marcelino, apontada como a principal área de tráfico da cidade,conta que a polícia não entra na região após as 20h. “Os policiais alegam que a ausência de asfalto impede que as viaturas entrem nas ruas no período noturno, pois se houver perseguição fica complicado. Eles têm é medo, pois tem muito policial que mora no Marcelino e não pode fazer operação por lá senão a família sofre represália”, revela o morador que preferiu não se identificar.
Lucio Ubiracê, delegado titular da 24ª Delegacia de Polícia (Vera Cruz), cidade vizinha a Itaparica, admite que os municípios da Ilha se tornaram refúgio predileto de traficantes, mas garante que a polícia tem feito combate efetivamente aos bandidos.
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