O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Carlos Lima, afirmou que a Secretaria de Segurança Pública elucidou muito rapidamente o crime do delegado Clayton Leão Chaves, sem esclarecer alguns procedimentos primordiais para uma investigação policial.
“Ainda existem muitas dúvidas no caso. Como um crime pode ser dado como elucidado se não houve perícia local do veículo, exames de pólvora combusta, reconstituição, acareação, comparativo da arma utilizada pelos bandidos com o projétil encontrado no corpo do delegado. Assim fica difícil acreditar, ou eu estou desaprendendo a ser policial. E outra, se fosse mesmo um assalto, eles teriam ao menos roubado alguma coisa. Nem o som do carro, como eles desejavam, não foi levado. É muito difícil pensar na hipótese de latrocínio levando em consideração como os fatos ocorreram”, contestou Lima.
O presidente do Sindpoc ainda declarou que acredita na possibilidade de crime de mando e que pretende também acionar o Ministério Público. “O delegado Clayton deveria estar investigando um caso que estava desagradando muita gente. Por este motivo, deve ter sido assassinado. Outra coisa também que se deve questionar é a rapidez das prisões. Esses elementos foram autores de um crime de grande proporção, e, no entanto, foram presos em casa e o outro se apresentou. Isso é muito óbvio. Deus queira que eu esteja errado em minhas considerações, e que esses homens tenham sido mesmo os autores do assassinato, e que tenha sido mesmo um latrocínio”, concluiu.
RECORDE - Segundo Lima, outros crimes semelhantes ao do delegado ocorreram em um curto espaço de tempo e não foram elucidados. A violência chega até os mais altos escalões da polícia. “Muitos casos ainda não foram resolvidos e cairão no esquecimento se não forem relembrados. O caso da bancária, esposa do Ajudante de Ordens do Governador; o nosso colega, o policial civil, que foi assassinado em frente à casa dele; e o do outro policial militar baleado em uma saidinha bancária no Itaigara”, citou.
Clayton foi morto com dois tiros na Estrada da Cascalheira, quando dava uma entrevista ao vivo pelo celular, para uma rádio local. O momento do crime foi transmitido pela emissora, inclusive os pedidos de socorro da esposa do delegado. Três acusados do crime foram presos e apresentados no dia seguinte do crime, na quinta-feira, com a versão de que teria sido um assalto.
Edson Cordeiro confessou que usava um boné no momento do suposto assalto e que desceu do carro junto com Rinaldo Valença, que afirma ter disparado contra a vítima. Outro suspeito, Magno de Menezes, se entregou à polícia e afirmou que estava na direção do táxi roubado, usado na ação.
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