Cinco pessoas foram condenadas pela Justiça pela explosão de uma fábrica de fogos que matou 64 pessoas em Santo Antônio de Jesus em 1998. O julgamento aconteceu durante toda esta quarta-feira (20/10) na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.
O dono da fábrica, Osvaldo Prazeres Bastos, recebeu pena menor, de 9 anos, por ter mais de 70 anos; os outros quadro condenados, seus filhos Mário Fróes Prazeres Bastos, Ana Cláudia Almeida Reis Bastos, Helenice Fróes Bastos Lyrio e Adriana Fróes Bastos de Cerqueira, pegaram pena de dez anos e 6 meses. Outros trés réus foram absolvidos, Berenice Prazeres Bastos da Silva, também da família, e os ex-funcionários Elísio de Santana Brito e Raimundo da Conceição Alves.
O julgamento começou por volta das 9h e durante os depoimentos o dono da fábrica, Osvaldo, chegou a passar mal e precisou ser amparado por uma enfermeira. Ele não prestou depoimento. Sua filha Adriana Fróes Bastos de Cerqueira se recusou a falar. Já Mário Fróes Prazeres Bastos, também filho de Osvaldo, assumiu a responsabilidade pelo comando da fábrica.
Em seu depoimento, Mário também confirmou que os funcionários recebiam R$ 0,50 por cada milheiro de fogos produzidos, mas negou que empregasse trabalho infantil - o que foi afirmado por várias testemunhas. Os familiares também afirmaram que todos os barracões tinham um extintor e instruções de segurança, o que foi negado por ex-funcionários, que afirmaram que sequer havia um medidor de temperatura no local.
A defesa já entrou com recurso, que foi aceito pelo juiz, e os réus irão aguardar em liberdade pela decisão do Tribunal de Justiça.
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