Os policiais civis do estado da Bahia não vão mais parar as atividades nos próximos dias. A categoria decidiu por maioria absoluta em assembléia geral na manhã desta quarta-feira (02/03) dar esse tempo ao governo, mas garantem que se até o fim do mês não forem chamados para negociar direitos adquiridos e horários extenuantes de trabalho a partir do dia 2 de abril eles vão parar. A reunião aconteceu no auditório da Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia (AFPEB) e contou com a presença de centenas de trabalhadores.
“O sindicato protocolará amanhã nos órgãos do governo ofício expondo o resultado da assembléia e solicitando audiência com a Secretaria de Segurança Pública e de Administração do Estado para iniciar negociação da pauta de reivindicação discutida e aprovada, e então vamos aguardar durante o mês de março nós sermos chamados para negociar”, declarou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (SINDPOC), Carlos Lima.
No encontro foram discutidos direitos adquiridos que não estão sendo garantidos pelo Estado como insalubridade e correção nas elevações funcionais (promoções), excesso de carga horária de trabalho, estabelecido pela portaria 261 de 23 de junho de 2010, “plantões quebrados”, valor não corrigido das horas extras e prisões ilegais de policiais.
“Na questão das horas extras, por exemplo, não há critérios para pagamento. Embora seja estabelecido pela lei 6677/94 do funcionalismo público do Estado da Bahia acréscimo de 50% para horas trabalhadas após as 22h, o governo não obedece a essas normas, pagando um determinado valor para uns e valor diferente para outros, além de extrapolar os horários obrigatórios (160 e 180h)”, destacou o secretário geral do SINDPOC, Bernardino Gayoso. Segundo Gayoso muitos profissionais do interior estão sendo convocados a vir trabalhar em Salvador no carnaval, mas não têm ideia de quanto irão receber e quais condições de trabalho serão submetidos.
A prisão ilegítima de policiais civis foi outro assunto bastante debatido na assembléia. O investigador de Polícia, Carlos Cruz narrou aos colegas que recebeu ordem de prisão injustamente após autuar um menor dirigindo. “Ele tinha as costas quentes, familiar tenente da Polícia Militar e quando cheguei à delegacia, eu é que estava sendo autuado em flagrante por um motivo que eles planearam”, revelou.
Para a também policial e esposa do investigador de Polícia Carlos Souza Filho, preso na Corregedoria da Polícia Civil, Laura Rita dos Santos Souza seu marido está recebendo maus tratos. “Juntamente com outros colegas ele está sendo tratado como marginal e bandido. Tenho que levar seus remédios com frequência e alimentos, já que ele é hipertenso e sofre de problemas gástricos, mas eles restringiram as visitas. Dias atrás policiais do COE invadiram as celas e eles foram revistados nus, uma verdadeira humilhação”, ressaltou indignada.
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