A Polícia Militar divulgou na manhã desta segunda-feira (14) que instaurou um Processo Disciplinar Sumário para apurar o fato envolvendo o soldado Roberto Paim da Silva, que mesmo fora de serviço, efetuou disparos de arma de fogo em via pública, por volta das 15h30 deste sábado (12) na Travessa São Roque, em Pernambués.
De acordo com a PM, o soldado se apresentou neste domingo (13) no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, por volta do meio-dia. Ele foi encaminhado à Corregedoria da PM, na Pituba, onde foi instaurando o processo após o depoimento do policial. Em seguida, Roberto foi conduzido e apresentado na 11ª Delegacia, responsável pela investigação no âmbito civil.
Ainda de acordo com a polícia, o Soldado alegou ter efetuado dois disparos, com sua própria arma devidamente registrada, em reação a um ataque contra ele praticado por dois homens armados. A arma do Soldado foi apreendida e será submetida a perícia. O policial, após ter sido ouvido na Delegacia, foi liberado para responder aos dois processos em liberdade.
Entenda o caso - com informações da repórter Laís Víta
Uma ação do PM Roberto Paim da Silva, de 40 anos, em Pernambués, acabou revelando opiniões bem divergentes dos moradores sobre o comportamento do policial. O questionamento veio à tona depois que um morador da Travessa São Roque foi à Corregedoria da PM e denunciou o militar.
Segundo a vítima, que preferiu não se identificar, na tarde do último sábado Paim estaria embriagado e teria efetuado disparos contra moradores da rua, sem razão aparente.
“Estávamos sentados na calçada e ele começou a olhar feio. Depois, colocou a arma no meu rosto, me chamou de traficante e me mandou ‘vazar’”, conta a vítima, que diz ainda ter corrido e sido perseguida pelo PM, que teria derrubado duas motos e efetuado três disparos contra o morador, atingindo um carro.
Ainda de acordo com a vítima - que além de ir na Corregedoria prestou queixa na 11º Delegacia, em Tancredo Neves, por ameaça e dano - Paim se comporta de forma violenta e vive fazendo ameaças aos moradores. “Ele já apontou arma pra muita gente, deu cacetada... até em mulher já bateu”, diz. Casado e pai de dois filhos, o soldado se diz injustiçado.
“Fui visitar minha mãe e me deparei com uma troca de tiros. Tive que sair correndo porque sou policial”, afirma o PM que ontem prestou serviço normalmente no quartel da Polícia Militar. “Estou me sentindo constrangido perante a corporação. Trabalho há 17 anos na polícia e nunca tive problema. Tenho a ficha limpa. Só quem não gosta de polícia é traficante”, justifica.
Segundo consta na ocorrência, no momento da denúncia, no sábado, policiais da 1ª Companhia Independente da Polícia Militar, em Pernambués, foram chamados no bairro e apreenderam a arma de Paim - uma pistola Taurus calibre 40 - e um carregador com 11 munições intactas. Ontem, no bairro, moradores se diziam surpresos com as acusações. “Ele é uma pessoa de boa índole. A gente só vive em paz aqui por causa dele”, afirma o vizinho Reinaldo Moura.
Outros moradores confirmam a versão de que o policial estaria sendo alvo de uma tentativa de retirá-lo dali por ser contra “o que acontece de errado” no local. O dono do carro alvejado afirma não ter viso nada e não quis comentar o caso.
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