quarta-feira, 16 de março de 2011

Decretada prisão preventiva de médico que planejou assassinato do pai

Identificado como autor intelectual do assassinato de Isnard Costa de Souza, 73 anos, ocorrido no dia 20 de novembro de 2010, no Corredor da Vitória, o médico José Ricardo Campos de Souza, filho da vítima, teve a sua prisão preventiva decretada nesta quarta-feira (16/03).

A prisão foi requerida pelo Ministério Público estadual que, por meio do promotor de Justiça Davi Gallo Barouh, concluiu ser o médico o autor intelectual e o mandante do crime cometido por Luciano Bonfim Alves. O homicídio, afirma o promotor, “foi exaustivamente planejado” por José Ricardo que, “tomado pela ganância”, visando receber o seguro de vida do pai, contratou um assassino por R$ 3 mil.

Segundo relata o promotor de Justiça, a trama criminosa foi descoberta após Luciano Alves ser preso em flagrante delito pelo assassinato do italiano Gregório Boletrieri, morto em 30 de dezembro de 2010 em sua residência, na Barra. Ao ser interrogado pela autoridade policial, Luciano acabou confessando também a autoria do homicídio de Isnard Souza, lembra Davi Gallo, complementando que, inicialmente, o criminoso alegou que teria ceifado a vida de Isnard para roubar dinheiro existente no interior da residência do idoso. Alguns dias depois, porém, Luciano pediu para ser interrogado novamente, oportunidade em que afirmou à autoridade policial e ao promotor de Justiça que acompanhou o interrogatório que recebeu dinheiro do filho da vítima para cometer o assassinato.

No pedido de prisão, o promotor de Justiça destaca que, segundo contou o criminoso, dias antes da consumação do homicídio, “ele teria se envolvido ‘homossexualmente’ com José Ricardo Campos de Souza, que, naquela oportunidade, lhe deu a quantia de R$ 100,00”. O próprio José Ricardo, continua a declarar Luciano, foi quem o procurou novamente, insinuando-se sexualmente, e resolveu lhe contratar para matar o pai que, conforme informado, teria um “seguro de vida” de alto valor, o qual seria rateado entre os herdeiros em caso de morte e caberia também, em parte, a Luciano caso ele executasse o crime.

No dia 20 de novembro, a esposa de Isnard viajou e ele se deslocou até o município de Feira de Santana a fim de visitar a sua filha. No período da tarde, relata o promotor, a vítima recebeu um telefonema de José Ricardo pedindo o retorno dele para Salvador. O idoso, ao chegar em sua residência, foi surpreendido e acabou sendo friamente executado a golpes de “porrete” por Luciano.

De acordo com Davi Gallo, no dia do crime, o médico encontrava-se de plantão em um hospital, “plantando, desta forma, um álibi para afastar qualquer suspeita que viesse a pairar sobre si”. O promotor de Justiça destaca que “foi justamente José Ricardo quem encontrou o corpo do seu genitor no dia seguinte e o curioso é que foi ele quem pediu para que a vítima retornasse para Salvador no dia do crime, mas, estranhamente, não mais retornou a ligar para seu pai naquele dia”. “Se era tão urgente a vinda da vítima para Salvador, por que José Ricardo não mais falou com ele naquele dia?”, questiona o representante do MP, que pediu a prisão preventiva por conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal.











Nenhum comentário: