O repórter brasileiro Andrei Netto, correspondente do jornal “O Estado de S.Paulo”, na Líbia, foi libertado nesta quinta-feira (10), segundo informou o jornal.
Segundo informou o diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, o jornalista foi mantido em uma cela isolada durante oito dias na cidade de Zawiya, próximo a Trípoli.
Na tarde de hoje o jornalista foi libertado, encaminhado para a casa do embaixador brasileiro, George Ney Fernandes, e deve deixar a Líbia nas próximas horas de volta para Paris, onde mora.
"A condição para minha libertação é que eu fosse retirado do país", relatou Netto em conversa por telefone com a jornalista da Rede Eldorado Camila Tuchlinski e com o editor de Internacional do jornal “O Estado de S.Paulo”, Roberto Lameirinhas.
Netto havia entrado na Líbia pela fronteira com a Tunísia e mantinha contato com o jornal no Brasil. Na quarta-feira (2) da semana passada, foi feito o último contato direto, e no domingo cessaram os relatos indiretos sobre a posição do jornalista.
"Perdas de contatos parciais já haviam acontecido, mas ele sempre voltava [a se comunicar] nos tranquilizando, porque as dificuldades de comunicação eram muito grandes", disse Gandour, em entrevista coletiva na sede do jornal. "Ainda no último contato, na quarta-feira (2), ele nos advertia: estarei nas próximas horas, próximos dias, sem internet, não se preocupem".
Ainda de acordo com a direção do jornal, Netto teria sido detido quando tentava regularizar sua situação na Líbia. Na ocasião, o jornalista foi encapuzado por quatro homens, levou uma coronhada e depois foi mantido em uma cela isolada em uma instalação militar. A explicação oficial da Líbia é que os documentos de Netto não estavam corretos.
"Nós sabemos que nessas situações os procedimentos de entrada se tornam bastante irregulares e despadronizados, numa situação de guerra", comentou Gandour.
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