sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Depois da festa do pó, Kelly Doçura acusa policiais de espancá-la

A Boca do Rio sediou na quinta-feira (25) a segunda edição da farra do pó na Bahia. Em vez das tradicionais camisas coloridas, a cor que predominou na festa que reuniu 44 pessoas, das quais 13 eram menores, foi o branco da cocaína.

Depois da esbórnia promovida por traficantes na última terça-feira em Feira de Santana, que resultou na prisão de 76 pessoas, foi a vez de os irmãos Leornardo dos Santos Nascimento, 25 anos, e Edmilson dos Santos Nascimento, 26, comemorarem juntos os aniversários com muita cerveja, picanha, pagode e cocaína.
A intenção dos irmãos era esticar a festa, que começou ao meio-dia, até meia-noite, mas policiais da Rondas Especiais (Rondesp) interromperam a farra por volta das 21h30 de quarta-feira (24). “Recebemos uma denúncia anônima de que havia traficantes procurados e pessoas consumindo drogas na festa”, contou o comandante da Rondesp Atlântico, major Valter Souza Menezes.

Apreensão

Vinte e cinco policiais do grupo invadiram a casa e prenderam as 44 pessoas. Segundo o major, os três homens que faziam a segurança na porta da casa fugiram com a chegada da polícia. Os convidados foram transportados para a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes por um ônibus do Batalhão de Choque.

Polícia apreendeu 91 cubos de haxixe, 52 trouxas e 13 balas de maconha. Dos 44 detidos, somente os irmãos Edmilson e Leonardo, Alan dos Santos Campos, 24, e André Monteiro, 20, serão indiciados por tráfico de drogas. Segundo o chefe do Serviço de Investigação (SI), Odair Carneiro, nenhum deles tem passagem pela polícia. “Nossa festa era só mulher, churrasco e cerveja. Tinha droga não”, disse Leonardo.

DoçuraKelly Sales Silva, 21, conhecida como Kelly Doçura, que estava na festa, largou o doce e contou outra história. “ Tava todo mundo cheirando cocaína, mas não tinha maconha e haxixe. Quando a polícia entrou, eles começaram a jogar os sacos para cima do telhado da laje”, lembrou Kelly.

Kelly, que é conhecida por colocar fotos suas segurando armas no orkut, afirmou que logo que entraram na festa os policiais foram para cima dela. “Tava de costas quando um deles me pegou pelos cabelos e me arrastou dizendo que eu coloco foto de arma em meu orkut”, contou.

Com marcas roxas no quadril, braços, pescoço e a camisa da seleção da Argentina suja de terra, Kelly afirmou ter sido torturada por policiais durante a ação. “Eles colocaram algemas e me levaram para a garagem e me espancaram. Colocaram saco plástico em minha cabeça três vezes. Desmaiava e acordava com chutes na barriga”. O major Menezes negou o espancamento.

A garota nega que o orkut em que aparece segurando armas seja seu. Segundo Kelly, seu perfil foi violado por uma inimiga pública, que postou fotos que tirou quando namorava com o traficante Sidnei Ferreira da Silva. “Ele tinha arma e eu nunca segurei uma. Tirei foto por celular, passei para amigas e elas espalharam. Não tenho armas”. Kelly mora em Camaçari com a mãe. No final da tarde de quinta-feira (25), ela foi liberada pela polícia.

Durante o dia de ontem (25), parentes dos presos foram à DTE em busca de informações. “Viram meu filho na televisão e me ligaram. Vim para cá desesperada”, disse a empregada doméstica Patrícia Góes, mãe do ajudante de mecânico Ulisses Ferreira, 18, que trabalha em uma oficina na Boca do Rio. Ela e uma tia do rapaz estavam inconformadas com a prisão do rapaz. “Quem com porcosa nda farelo come. Ninguém é besta. Todo mundo sabia onde estava se metendo”.

Meninas no evento Como em Feira de Santana, a edição soteropolitana da farra do pó contou com a presença de menores de idade. Dos 44 convidados, 13 tinham menos de 18 anos e destes 9 eram meninas. Eles foram levados para a Delegacia do Menor Infrator (DAI). Segundo a delegada titular Claudenice Mayo, nenhum deles tem passagem pela polícia. A idade dos menores varia entre 14 e 17 anos. A mais nova do grupo é a estudante L.S.M., 14. “Não consumi drogas, bebi só umas latinhas de cerveja. Não sabia que Leonardo é traficante”, afirmou.

Uma das menores apreendidas era a estudante G.G.B., 17, namorada de Leonardo há um ano, disse que a denúncia anônima foi feita pela mãe de uma menina, menor de idade, que foi escondida para a festa. “Quando a mãe descobriu e apareceu fez um escândalo. A menina tava muito doida e não queria ir embora, mas quando a mãe ameaçou chamar a polícia. Foi ela que ligou para a polícia”, declarou. Ela negou que houvesse consumo de droga na festa.

Grávida de dois meses, L.A., 17, deu um zigue no namorado, que mora com ela em Cosme de Farias há três anos. “Esperei ele sair de casa para trabalhar 11 horas e fui com uma amiga escondida. Ele nem sabe que estou na delegacia”, contou.

Vida louca e trágica Kelly Sales Silva, conhecida como Kelly Doçura, tem 20 tatuagens. Mas em meio aos desenhos do coelho da Playboy, de Chucky, o brinquedo assassino, e de um dragão que se enrosca por sua perna esquerda, uma frase resume seus 21 anos de história: “Vida Loka”, tatuada no cóccix.

A “lokura” começou com o desfecho trágico de seu primeiro namoro, com Anderson, 17, de quem estava grávida. Depois do fim do namoro, Anderson se suicidou tomando veneno de rato. “Kelly estava com 16 anos e seis meses de gravidez e só falava que ia se matar. Encontramos chumbinho na gaveta dela” , lembrou a irmã Carla Sales, 24.

Kelly começou a ter visões, inclusive jogando o filho pela janela. O garoto tem 5 anos. Nessa época, ela deixou de ser Kelly Sales Silva para se transformar em Kelly Doçura. “Eu namorava com Bombado Doçura, percussionista do Saiddy Bamba, que agora tá no Báck, por isso o apelido”, lembrou. Bombado não foi localizado para contar se Kelly é a chapeuzinho vermelho que inspirou a música Lobo Mau.

Do batuque do pagode, Kelly foi para os pipocos do “berro”. Aos 17 anos ela conheceu e se apaixonou pelo traficante Sidnei Ferreira, que atuava no Garcia, onde os dois moravam. O amor que sentiu por Sidnei foi gravado em seu corpo, em uma tatuagem com o nome do traficante no punho direito. “Sidnei foi o amor da minha vida. Não comando tráfico. Nunca me meti nas coisas dele”, contou Kelly. Ele foi morto por um policial à paisana há três anos em um assalto a ônibus na Garibaldi.

O quarto amor foi o assaltante Hugo, que morreu numa briga. Ela tatuou o nome dele no cocuruto. Hoje, namora a distância com um italiano que conheceu no Carnaval de 2006. “Ele me manda R$ 500 todo mês... É assim que me sustento'.

Um comentário:

vevel disse...

isssoooooooooo é ridiculo ela depois de tudo que fez de errado ela ainda quer ficar famosa mais do que já de um lado bandida e do outro candidata ainda se finge de inocente, ela pode mudar não de postura sim de jeito e outra coisa ela deveria lembrar do filho delaaaa n vou juga-la de nada mais ñ gostei das atitudes dela ela é mãe, e o filho dela precisa muito dela como vai ser o futuro do filho dela.