quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Diretor de hospital depõe sobre cremação de bebê

O diretor do Hospital Sagrada Família prestou depoimento nesta quarta-feira (3) sobre o caso do recém-nascido que teve o corpo cremado sem a autorização dos pais. O bebê João Gabriel nasceu no dia 2 de outubro, com sete meses, pesando 700g. Apresentando má formação nos órgãos, ele foi internado na UTI Neonatal do hospital, em Salvador, e cremado 15 dias depois sem o conhecimento dos pais.

De acordo com o delegado Tadeu Braga, da 3ª Delegacia, unidade que investiga o caso, o conteúdo do depoimento não será revelado à imprensa, conforme exigência do diretor, cujo nome não foi revelado
Também foram ouvidos enfermeiros e assistentes sociais do hospital. Funcionários da empresa terceirizada, contratada para realizar cremações, tiveram o depoimento adiado para o próximo dia 11.

O Hospital Sagrada Família admitiu através de nota oficial divulgada no mês passado, após realização de sindicância interna, que houve falha humana da equipe envolvida no caso, ao encaminhar o bebê para cremação. As cinzas do recém-nascido não foram apresentadas à família.

Caso - A mãe do bebê, a professora Patrícia Pinheiro, que mora em Feira de Santana, soube aos seis meses de gravidez que o filho nasceria com má formação dos órgãos e poderia não sobreviver.
No dia 1º de outubro, aos sete meses de gravidez, Patrícia chegou de ambulância da cidade de Feira de Santana para o Hospital Sagrada Família. João Pedro nasceu horas depois, na madrugada do dia 2, pesando 700 gramas.

Durante a primeira semana de João Pedro na UTI Neonatal, a família foi informada de que o recém-nascido precisava de transfusão de sangue. Os pais autorizaram por telefone.
Em outra ligação, o hospital comunicou à avó materna que João Pedro havia piorado e era urgente a presença de alguém da família no hospital. Ainda segundo a avó, ela recebeu essa notícia às 21h30 do dia 17 de outubro.

Na declaração de óbito assinada pela médica Tereza Cristina Pirajá, o bebê morreu de insuficiência respiratória e prematuridade às 18h, três horas antes da família ser avisada de uma piora no quadro de saúde do recém-nascido. A advogada da família, Regina Machado, diz que os pais só souberam da morte do filho dois dias depois. João Pedro acabou sendo cremado sem a autorização da família.
Postada por: Daniella Simões

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