A violência no Brasil e no mundo tende a aumentar. É o que afirma a professora universitária e especializada no tema, Magda Lombardo. "Infelizmente, as estatísticas confirmam que os cenários futuros apontam para maior intensidade da violência no país e no resto do mundo. É necessária uma convergência de interesses locais, estaduais e federais, para que haja um processo de prevenção e educação", esclarece a professora universitária.
Ela acredita que no Brasil é preciso avaliar as instituições do espaço público no contexto do Poder Público, consideradas aquelas voltadas para a segurança e educação. Ela cita também que os episódios de violência não são revistos com respostas rápidas. "Somando-se a isto, estamos vendo mazelas das classes dirigentes que nos passam a sensação de impunidade", observa ela. Na sua visão, o cidadão se sente desamparado.
Magda Lombardo diz ainda que a violência é um reflexo do processo acelerado de urbanização, associado ao contexto de globalização e desigualdade social em espaços concentrados. Ela comenta que esteve em Paris, na França, e confessa que se sentiu mais insegura do que nas ruas e avenidas do Rio de Janeiro ou São Paulo, por exemplo.
De acordo com suas informações, o hipermaterialismo do mundo contemporâneo é paradoxal e lança exigências éticas que podem mudar o panorama da lógica do mercado. "O homem hipermoderno é um hiperindividualista que, sofrendo as pressões da vida profissional e privada, assume o papel de legislador da própria existência, daí a lógica hedonista que continua a organizar o cotidiano", comenta a professora universitária.
Magda Lombardo é a responsável por um estudo a respeito da violência no município de Rio Claro, que, de acordo com o resultado, apresenta uma distribuição especial e temporal das ocorrências e tipologia das ocorrências policiais. "O resultado aponta Rio Claro como estudo de casos que ocorrem nas cidades médias do estado de São Paulo", diz ela.Seu estudo aponta ainda que em Rio Claro, por exemplo, é preciso muito cuidado com a área central, na hora do almoço, principalmente próximo às agências bancárias.
Mais violência recente pesquisa revela que o número de civis mortos por policiais militares no Rio e em São Paulo apresentou crescimento no comparativo dos primeiros cinco meses de 2008 em relação ao ano passado. A pesquisa mostra que a PM paulista matou 182 pessoas entre janeiro e maio de 2007. No mesmo período deste ano foram 221 (21% a mais). No Rio, 449 pessoas perderam suas vidas por ação de PMs. Este ano foram 502 (aumento de 11%).
Em alguns casos, os mortos não são criminosos. Além da morte do administrador Luiz Carlos da Costa, na noite de segunda-feira, dia 14, uma ação da PM do Rio já havia resultado na morte, no dia 6, de João Roberto, de três anos. No Paraná, a PM também matou a estudante Rafaele Lima, 21, após ter confundindo seu carro com o de criminosos no último fim de semana.
POSTA POR ELICLEIA OLIVEIRA- FONTE: JORNALDACIDADE.NET/20 DE JULHO DE 2008.
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