sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Violência & In-segurança


"Abolir a violência humana é uma utopia que nunca se concretizará em nenhum futuro."

A insegurança é o contexto, a violência é o fato. Compreendendo suas reais diferenças é mais fácil concluir por uma adequada resolução, portanto, como colaboração e fazemos a nosso modo, numa visão exclusivamente policial, para efeito de prevenção da violência e da promoção da segurança pública, aqui analisaremos a distinção entre um ato de pura violência humana e quando esta se transforma em insegurança pública, esta, com suas graves repercussões para a população, afetando o cotidiano de todos, causando medo e prejuízos de toda ordem, além de desacreditar as instituições.
Agora, por segurança entendemos ser o estado de satisfação que a população experimenta em toda extensão das suas funções urbanas como sendo o lar, o labor e o lazer, promovido também pelos atos e procedimentos policiais e judiciários, entre outros equipamentos e iniciativas que possam conduzir a um mínimo de tranqüilidade, com boas repercussões na ordem pública.
Intangível, porém, perceptível. A violência humana que tem caráter hereditário, não se anula, mas se minimiza, estando sempre latente no homem e na mulher.
Mesmo assim, a violência não se mostra como uma atividade plenamente espontânea, a sua ocorrência passa por alguns estágios e carece sempre de outro estímulo para eclodir, ainda que ela esteja em potencial em qualquer ser humano.
Como ela está sempre orbitando às mentes, é possível aflorar quando são alinhados os ingredientes da criminalidade, principalmente, com o aparecimento de um agente ativo ou cúmplice de uma ação delituosa.
Se não houver autodomínio, isto é, se o indivíduo perdendo o próprio controle, prevalecendo o instinto, às vezes deturpado pelos maus exemplos auferidos, ou se inibe por uma forma de prevenção iminente, ou, ela logo se manifesta, exigindo reparação eficaz.
Se o controle da violência é necessário, a promoção da segurança é compulsória. Não é a violência que cresce, é a atividade de segurança que diminui. A violência está nas pessoas, mas, a eclosão depende dos métodos de sua criação ao longo dos anos, do processo de inclusão social, do equilíbrio da concessão dos direitos com a cobrança dos deveres, do ambiente, do momento, das circunstâncias e da in-eficiência dos mecanismos de controle.
Violência ou Insegurança? Genericamente, as duas palavras violência e insegurança têm o mesmo entendimento para significar desmandos que afetam as ordens jurídica e social da população. Os dois vocábulos são empregados indistintamente para designar o descaso para com a segurança do cidadão, física, moral e social. Ainda que não sejam sinônimos perfeitos, os dois termos exprimem e expressam a mesma preocupação e provocam os mesmos desgastes, igualmente, afetando a todos.
Uma ou outra realidade provoca males e pavor nas pessoas, consumindo-as, deixando marcas indeléveis e irreversíveis, destruindo sonhos, causando medo e horror, retrocedendo.
A diferença é que, no sentido estrito, a Violência se caracteriza por práticas anti-sociais restritas entre os mesmos agentes ou dentro de um mesmo espaço cultural, enquanto a Insegurança, que é a extensão e o desdobramento da violência ou uma seqüência desses atos, configura-se quando estas ações ultrapassam as pessoas dos executores entre si e as fronteiras dos seus territórios ou as fazem de forma organizada, deliberada, estabelecendo objetivos, causando intranqüilidade pública.
Basicamente, o diferencial é uma seqüência de atos configurados como violência. Enfim, violência é a prática restrita dos atos, enquanto a insegurança é a generalização dessas ações. Exemplificando: uma desordem numa praça de esporte envolvendo os possíveis atletas é uma violência e uma atitude ilegal, enquanto que a insegurança é quando as ações delinqüentes saem da quadra, estendendo-se, e atingem a platéia que é a amostragem da população, portanto, preocupando a todos.
Na prática, é fácil estabelecer a diferença entre violência e insegurança. A princípio é necessário que se identifique a manifestação de uma violência real praticada por um determinado indivíduo ou segmento, que, por si só, já caracteriza o comportamento anômalo e ilegal, depois, verificar a hipótese de que a seqüência desses atos se estendeu ou possa se estender noutras direções e contra outras pessoas, logo, configura-se a existência de uma insegurança.
Não se pode falar em insegurança, quando não se conhece o estágio e a qualidade da violência praticada. Ao nosso ver, em algumas graves ocorrências, a simples prática isolada de certos delitos já prediz a existência da iminente insegurança, a exemplo de todos os crimes organizados, os de formação de quadrilha e os crimes em série entre muitos, tais como tráfico de drogas e armas, a pistolagem, o terror e tantos outros congêneres, pois qualquer pessoa pode ser alvo desses criminosos abjetos, inclusive, podem ser incluídos alguns delitos praticados contra o ecossistema, carecendo apenas de uma boa ilação, isto como regra geral para avaliação de todos os fatos.A violência, como uma das características humanas, não é provável que se possa erradicar, até porque ao longo dos tempos ela tem caminhado com as diversas civilizações sem que ninguém tenha interrompido o curso deste fenômeno do comportamento humano, no entanto é necessário que se mantenha sempre sob controle, em níveis aceitáveis.


Posta por Elicleia Oliveira - Fonte:site: www.brasilsegurança.com.br

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