sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lei mudou relação com menor no país




O comportamento e pensamento da sociedade em relação às crianças começaram a dar sinais de mudanças no Brasil em 1990, com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente. É a opinião da assistente social Fernanda Martins, mestre em psicologia social e coordenadora de Políticas Pró-Criança e Adolescente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). “Foi nesse momento que a criança passou a ser considerada como um sujeito de diretos”, afirmou.


Antes, de acordo com a assistente social, bater em crianças era um paradigma social aceitável e não gerava prejuízos para o agressor, pois não havia denúncias. “Hoje, a lei prevê punição para a pessoa que comete crimes violentos contra a criança, apesar de ainda ser pouco eficiente nessa questão. A Justiça precisa se empenhar mais para tratar os casos e punir os agressores.”


Mas especialistas afirmam que a violência contra crianças ainda é um fator cultural, relacionado, principalmente, com a relação de poder entre adulto e criança e também incorporado historicamente na sociedade como uma maneira de educar.Atitude pode ser repetição odoutor em psicologia médica Vitor Geraldi Haase, professor de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atribui o comportamento violento de muitos adultos contra crianças como sendo um fator de repetição ou intergeracional, que passa de geração para geração. Segundo

ele, a maioria das pessoas que comete esses crimes sofreu, quando criança, os mesmos maus-tratos.


“Os indivíduos que foram maltratados ou violentados na infância têm mais chance de repetir a violência quando adultos. Porém, isso não quer dizer que toda pessoa que sofreu na infância repetirá a ação. E nem que uma pessoa sem traumas não possa cometer a violência”, afirma.
Segundo Haase, em caso de violência doméstica, há uma maior facilidade de os maus-tratos acontecerem em casas que existam padrasto ou madrasta, dependendo da relação.


Casais que brigam muito são mais propensos a cometer violência contra os filhos. “Cuidar de criança é difícil e requer dedicação. Os adultos têm que colocar seus interesses pessoais em segundo plano para atender aos interesses das crianças. Muitos não conseguem e negligenciam os cuidados, abusam e ou partem para a violência.”


A assistente social Fernanda Martins, coordenadora de Políticas Pró-Criança e Adolescente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, disse que álcool e drogas, assim como uma situação vulnerável, como o desemprego, por exemplo, podem estimular a agressividade.
Veja alguns registros de violência em Minas e em outros locais Pedro Augusto.Em 8 de agosto de 2006, Pedro Augusto Santos Prates Beltrão, com 11 anos, desaparece no centro de Belo Horizonte. Um ano depois, a família recebe a notícia de que a ossada dele foi achada. O caso ainda não foi esclarecido.


Douglas Freitas
Douglas Freitas desaparece em março de 2006, com 13 anos, quando saía da Vila Olímpica, do Atlético, em Belo Horizonte, após um jogo de futebol. A ossada do garoto foi achada, mas o fato ainda não foi elucidado pelos investigadores.


Madeleine McCann
No dia 3 de maio de 2007, a menina britânica Madeleine McCann, 4, desaparece no quarto em que se hospedava a família em um complexo turístico em Portugal. A polícia chega a defender a tese de seqüestro e os pais são alvo de suspeita.

Filha adotiva
Uma menina de 12 anos é encontrada, neste ano, acorrentada, amordaçada e ferida, em um apartamento em Goiânia. A autora do crime seria a proprietária do apartamento, que criava a menina há dois anos com autorização da mãe


Isabella Oliveira

A menina Isabella Oliveira Nardoni, 5, morre no dia 29 de março de 2008 após cair do sexto andar de um prédio de classe média, em São Paulo. A polícia acredita em homicídio. Havia marcas de sangue e um buraco na tela da janela de onde ela teria sido jogada. Isabella não morava no prédio, mas a cada 15 dias passava finais de semana no local, onde mora o pai, o consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni, 29, e sua atual mulher, Anna Carolina Jabota, 24. Os dois estão presos.


Posta por Elicleia Oliveira -Fonte: O Tempo

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