quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Delegada nega boatos de que médica tentou fugir de hospital



A delegada Jussara Souza, da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), negou na noite desta quarta-feira (16/10) que a médica Kátia Vargas Leal, suspeita de ter causado a morte de dois irmãos em um acidente, tenha tentado fugir do Hospital Aliança hoje. "Não existe isso. Não aconteceu", garante. A assessoria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) também disse desconhecer qualquer tentativa de fuga da suspeita, que já teve a prisão preventiva decretada e está sob custódia. 

Segundo Souza, o mandado de prisão contra a médica não tem prazo para ser cumprido. Ela disse que pretende ir ao hospital "a qualquer momento a partir de amanhã". Depois disso, Kátia deve ser ouvida em depoimento - ela tem direito de não responder às questões se quiser. Por fim, ela será encaminhada para a penitenciária e deve responder às denúncias presa. A reportagem não conseguiu contato com o advogado Vivaldo Amaral, que representa Kátia, para saber quais os próximos passos planejados pela defesa. 

"Ela tem que se submeter à Justiça. Nós do Ministério Público temos que dar uma resposta imediata à sociedade". A fala é do promotor Davi Gallo, que afirmou que Kátia já é considerada presa, por determinação da Justiça, mas não pode ficar hospitalizada se não há necessidade. Laudo feito pelo Departamento de Polícia Técnica concluiu que ela já pode receber alta - em contraste com um boletim divulgado pelo Hospital Aliança, que recomendou de 24h a 48h de observação para a suspeita. 

Samu e Aliança

Para o advogado, Kátia deveria ter sido socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no dia do acidente para um hospital público. "Aqui em Salvador, deveria ser o HGE, que possui cárcere", acrescenta. "O MP está apurando o motivo para isso não ter ocorrido" e se "houve algum tipo de proteção". 

Nivaldo Aquino, coordenador da área criminal do Ministério Público, afirmou que caso seja confirmado que a médica teve algum tipo de ajuda do Hospital Aliança ou do Samu para evitar a Justiça, as investigações irão continuar neste sentido. "Se tivermos elementos constatados efetivamente que o atendimento que ela tem é apenas protelatório, se houve uma violação da norma penal, vamos averiguar a partir destas informações e dentro dela ver se merece um tratamento penal", explica Aquino. 

Segundo Aquino, "emocionalmente ela está instável. Mas a instabilidade (emocional) não impede que ela seja presa". O inquérito do caso deve ser concluído até segunda-feira (21). O MP pretende denunciar Kátia Vargas Leal por homicídios triplamente qualificados.

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