As causas do aumento da criminalidade na Bahia nos últimos quatro anos são investigadas em um “estudo científico” realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado juntamente com as polícias Civil e Militar. Segundo dados da própria secretaria, o número de homicídios aumentou 50,7% neste período.
Segundo o diretor do departamento de Homicídios da Polícia Civil estadual, Arthur Gallas, o projeto está na fase final de elaboração e vai servir para definição de ações de cunho preventivo no Estado. “É um estudo científico para se tentar chegar ao perfil da vítima e, assim, nortear o nosso trabalho. Isso compreende também avaliação dos locais dos crimes e dias da semana e horários em que foram praticados, a fim de que tenhamos um diagnóstico da situação", afirmou.
De acordo com o diretor --que está há pouco mais de um mês no cargo, já que ele próprio foi uma das várias mudanças anunciadas pelo governo na Segurança Pública nos últimos meses--, a reversão no alto percentual de homicídios terá ainda investimentos em infraestrutura de investigação e perícia.
Sobre isso, Gallas citou um projeto de lei que está para ser encaminhado à Assembleia Legislativa, ainda neste semestre, no qual é proposta a criação de dez delegacias de homicídio inspiradas no modelo dos DHPPs (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) das capitais São Paulo e Recife. Hoje, apenas Salvador conta com esse tipo de estrutura.
“A proposta é que nessas delegacias, em todo o Estado, tenhamos equipes locais de crime treinadas e integradas com a perícia, mas tudo na mesma estrutura”, disse, para complementar: “Isso vai ajudar muito na elucidação de crimes e na produção de provas materiais nas investigações, pois nossos índices hoje não são satisfatórios”.
Conforme o diretor, o projeto defende a criação de 50 cargos comissionados para as futuras dez novas delegacias, mais um efetivo de 180 homens das polícias. “Sabemos que é preciso abrir concurso público para essa nova demanda, mas, nesse primeiro momento, o trabalho é mesmo para estruturar essas delegacias”, comentou.
Sobre o fato de o investimento --ainda não totalmente contabilizado-- estar direcionado contra homicídios, o diretor defende que outras práticas criminosas tenderão a recrudescer, com a queda e a solução de assassinatos.
“Sempre incomoda quando há um acréscimo das mortes por assassinato, porque toda a sociedade está sujeita a esse tipo de situação. Mas priorizar esse lado certamente coíbe crimes de menor ofensivo --por isso estamos já dando atenção também, com rigor, aos casos de ameaça e tentativa de homicídio, pois podem ser o assassinato de amanhã”, finalizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário