A quadrilha desbaratada pela Operação Deserto, da Polícia Federal, nesta quarta-feira (17/11) transportava cocaína na fuselagem e nas asas de aviões. Segundo a PF, em cada voo era possível transportar até 250 quilos da droga. Duas aeronaves foram apreendidas na operação: uma em Mato Grosso do Sul, ainda no mês de setembro durante as investigações, e uma nessa quarta-feira, em Penápolis, no inteior de São Paulo.
A operação cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em seis estados - São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Inicialmente, a PF chegou a informar que operação seria realizada apenas em quatro estados. A quadrilha formada por brasileiros, colombianos, bolivianos e europeus, estava baseada na capital paulista e era especializada no tráfico internacional de entorpecentes. Segundo a PF, a droga vinda da Bolívia era enviada para a Europa e África. O produto também era, em menor escala, distribuído no Brasil.
Até as 12h desta quarta, 22 pessoas foram presas, sendo 17 apenas no estado de São Paulo. Uma pessoa está foragida e outras sete são procuradas pela Interpol. Em dez meses, a quadrilha movimentou R$ 28 milhões, segundo a PF.
Dos 50 mandados de prisão, 42 foram cumpridos - 22 nesta quarta e outros 20 ao longo das investigações que duraram 18 meses. A Operação Deserto cumpre ainda 38 mandados de busca e apreensão. As investigações contaram com a cooperação de organismos policiais de países da América do Sul e Europa. Neste período, 21 pessoas foram presas em flagrante e foram apreendidos 2.355 quilos de cocaína; produtos químicos e maquinários destinados à preparação e adulteração de drogas; armas e munições, incluindo armamento bélico – dez granadas anti-tanque; 33 veículos; uma aeronave avaliada em R$ 250 mil; e aproximadamente R$ 500 mil.
Nesta quarta, mais uma aeronave foi apreendida, além de carros. Alguns deles tinham um compartimento secreto no painel que transportava até 40 quilos de cocaína. Segundo a Polícia Federal, a quadrilha era encabeçada por um assessor parlamentar de Pereira Barreto, no interior de São Paulo, e um proprietário de revendas de automóveis na capital paulista. Os dois foram presos nessa quarta-feira. “Eles coordenavam as operações”, disse o delegado Ivo Roberto Costa, que liderou a ação policial. Ele afirma que até agora não há indícios de que a quadrilha esteja ligada a outros grupos criminosos.
Os presos serão indiciados, de acordo com suas participações, pelos crimes de tráfico internacional de cocaína, precursores químicos e maquinários destinados à preparação e adulteração da droga; associação para o tráfico; financiamento do crime de tráfico; e tráfico internacional de arma de fogo de uso restrito.
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