Um esquema de corrupção em um processo de licitação para locação de viaturas, com o envolvimento do ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Antônio Jorge Ribeiro de Santana, foi desmontado nessa quinta-feira (5) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) através da “Operação Nêmesis”. O ex-comandante foi preso em flagrante, pela manhã, quando recebia R$ 26 mil como propina. As investigações foram iniciadas a partir de denúncia encaminhada no início do ano ao secretário da Segurança Pública, César Nunes.
O ex-comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Alberto Silva Barbosa, o coronel Jorge Silva Ramos, diretor de Apoio Logístico da PM, também foram presos, em cumprimento a mandado de prisão, além do tenente Antônio Durval Senna Junior e o procurador André Thadeu Franco Bahia, acusados de participação em irregularidades na compra de fardamentos e demais materiais para uso da PM.
A fraude, montada com a empresa paulista Júlio Simões, vencedora do processo licitatório para locação de 191 viaturas, era intermediado pelo guarda municipal Gracílio Junqueira Santos, também flagrado quando recebia R$ 21 mil. O contrato inicial foi de R$ 25.819.977, sendo aditivado em R$ 6.454.994,25, perfazendo o total de R$32.274.971,25. Entre os presos está Jaime Palaia Sica, um dos diretores da locadora de veículos Júlio Simões.
Mandado de prisão
“Recentemente pedimos um orçamento para locação de 190 veículos por 30 meses e o valor cobrado girou em torno de R$ 15 milhões. Numa comparação com esse contrato, ficam bem nítidas as irregularidades”, revelou o secretário César Nunes. Ele ressaltou que todas as prisões estiveram respaldadas por mandados de prisão e de busca e apreensão.
As primeiras investigações indicam que as fraudes nos processos licitatórios na PM giravam em torno de R$ 5 mil a 30 R$ mil. Também foram detidos Aidano da Silva Portugal, Aline Cerqueira de Castro, Jocélia Fernandes Oliveira, Sidnei Couto de Jesus e William Laviola, totalizando 12 presos em toda a operação.
“Em toda e qualquer classe profissional existem exemplos negativos. As acusações nos deixaram estarrecidos”, declarou o comandante-geral da PM, coronel Nilton Régis Mascarenhas, falando em nome de toda a Corporação. Explicou que não houve qualquer tipo de corporativismo e que após a conclusão das investigações os militares ficarão presos no Comando da Polícia Militar.
Presos
Na PM, além de Jorge Santana, que em 1º de agosto passado foi exonerado do comando-geral e entrou na Reserva Remunerada (RR), estão presos os também coronéis Sérgio Alberto Silva Barbosa e Jorge Silva Ramos, e o tenente Antônio Durval de Senna Júnior. Barbosa comandou os bombeiros do fim de 2005 a novembro de 2008, foi para a RR em 21 de janeiro. Ramos dirigia, há cerca de sete anos, o Departamento de Apoio Logístico (DAL), unidade de compras da PM. O tenente era do Almoxarifado do Corpo de Bombeiros.
Os outros presos são o procurador André Thadeu Franco Bahia, o empresário lobista Gracílio Junqueira Santos, os paulistas William Laviola e Jaime Palaia Sica (da empresa paulista Júlio Simões Logística), Jocélia Fernandes Oliveira (gerente de agência Bradesco e namorada de Gracílio), Aidano da Silva Portugal, Aline Cerqueira de Castro e Sidnei Couto de Jesus, que seriam testas-de-ferro de Gracílio.
Posta por Jorge Magalhães
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