Após fazer um “gato” telefônico, a delegada Marta Costa, do município de Souto Soares, na Chapada Diamantina, conseguiu o relaxamento da prisão neste sábado, um dia depois de ter sido detida acusada pelo crime de peculato – que acontece quando um funcionário público toma posse de um bem ou valor por conta da função que exerce.
O motivo da autuação em flagrante foi a descoberta de que a delegada mantinha em casa uma extensão da linha telefônica que serve à delegacia. Além disso, foi encontrado um aparelho de televisão que seria de uso exclusivo da unidade policial.
A presidente da Associação dos Delegados, Soraia Pinto Gomes, foi prestar assistência à colega e ressaltou que a instituição não vai ratificar condutas contrárias às suas orientações. “Nossa postura é de defesa da lei”. Soraia espera que a colega Marta consiga oferecer à justiça os esclarecimentos necessários. “Ela disse que tem explicações para tudo. Nós recomendamos que ela inclusive esclareça os fatos para a imprensa. Mas aí depende dela”, explica.
O advogado da delegada, Bruno Maia, acusou a Corregedoria da Polícia de ter agido “com excesso” ao decretar a prisão. “Minha cliente não foi ouvida para justificar o ato do qual foi acusada”, reclama. Segundo o advogado, ela teria instalado a extensão para atender melhor à demanda de trabalho.
“Ela está respondendo por Souto Soares e Seabra e as cidades não têm equipes para atender à população 24 horas por dia”, diz ele. “Instalou a linha com a ideia de não deixar a população desamparada”, afirma, garantindo ainda que a conta telefônica vai mostrar se houve ligações de interesse pessoal. Quanto ao aparelho de TV, a justificativa é de que já teria havido arrombamentos na delegacia. “O aparelho não estava tombado”, disse.
Posta por Jorge Magalhães
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