terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Réu do mensalão é preso com 361 mil euros na cueca

Em uma revista de rotina, policiais federais flagraram o empresário Enivaldo Quadrado, 43, sócio da corretora Bônus-Banval, tentando entrar no Brasil pelo aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), com mais de 361 mil Euros não declarados na madrugada de sábado.

Quadrado é um dos 40 réus do mensalão --escândalo de compra de votos no Congresso que veio à tona em 2005-- sob acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A Bônus-Banval era uma das empresas apontadas como intermediárias de repasse de recursos do esquema para congressistas. O processo criminal ainda tramita no STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo a PF, o empresário havia chegado a São Paulo na madrugada de sábado em um vôo vindo de Lisboa (Portugal). Quadrado foi flagrado em uma fiscalização de rotina da PF e da Receita ao desembarcar.

Na abordagem, os policiais descobriram que ele tinha maços de dinheiro vivo nas meias, na cintura, dentro da cueca e também numa pasta de mão, segundo informou o "Jornal Nacional". Ao entrar no Brasil, qualquer passageiro tem que apresentar à Receita uma declaração de bagagem e dizer se porta qualquer valor superior a R$ 10 mil ou o equivalente em moeda estrangeira. A resposta de Quadrado foi não.

Quando o dinheiro foi descoberto, ele disse que tinha 300 mil, mas a PF contou 361.445 --equivalentes a mais de R$ 1,1 milhão. O empresário disse à Receita que o dinheiro era um empréstimo de um amigo português que seria aplicado na compra e na revenda de automóveis no Brasil.

Contudo, acabou sendo preso em flagrante pelo crime de falsidade ideológica, uma vez que ele não declarou à Receita a verdadeira quantia que portava. O crime de falsidade, que consta do artigo 299 do Código Penal brasileiro, prevê penas que podem variar de um ano a cinco anos de prisão e multa.

Quadrado foi levado para um Centro de Detenção Provisória de São Paulo e permanece à disposição da Justiça. Abordado pela reportagem da TV Globo ao ser transferido para o presídio, ele preferiu não se pronunciar. Segundo o "Jornal Nacional", o advogado dele disse que só se manifestará quando tiver acesso ao auto de prisão em flagrante.

MensalãoQuadrado teve seu nome envolvido no mensalão depois que Marcos Valério divulgou, em meados de 2005, uma lista com nomes dos supostos beneficiários do esquema.

Na relação, a Bônus-Banval figurava como intermediária de repasses para PP e PL (hoje PR). Em agosto de 2005, Quadrado disse à PF que havia sido "usado" por Valério, que, em 2004, estaria interessado na compra da corretora. Mais tarde, a corretora divulgou laudo segundo o qual as operações com o publicitário mineiro foram legais e registradas.
Posta por Jorge magalhães

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