segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O ESTREITO GRAU ENTRE DENÚNCIA E FASCÍNIO


Mostrar violência na tela do cinema sem que o filme acabe por ser um espetáculo voyeur é sempre um empeendimento duvidoso. Atualmente no Brasil há vários profissionais de cinema tentando realizar exatamente isso: em contraposição ao cinema comercial (no qual traficantes, assasinos por encomenda ou ex-amantes violentos sempre aparecem como uma caricatura superficial do “marginal”), diretores como Carlos Diegues, Murilo Salles, Tata Amaral, Fernado Mierelles, Beto Brant ou Hector Babenco contam histórias complexas, mostrando também aquela violência proveniente das estruturas sociais.


Com isso, muitas vezes empregam uma linguagem figurativa pretendendo entreter um público maior. O resultado são filmes que, em parte, têm grande sucesso de público, como por exemplo “Cidade de Deus”, de Fernado Meirelles, ou “Carandiru”, de Hector Babenco. Ao mesmo tempo, porém, algumas destas produções cinematográficas provocam polêmicas discussões a respeito da pergunta “até que ponto é legítimo produzir filmes violentos esteticamente atrativos?”.


Fernando Bonassi, nascido em 1962 em São Paulo, é um dos escritores e dramaturgos mais importantes de sua geração no Brasil. Os romances “Um Céu de Estrelas”, “Subúrbio”, “Crimes Conjugais”, “Tá Louco”, “O Amor é uma Dor Feliz” e “Prova Contrária” pertencem às seus publicações mais importantes. Algumas das suas obras foram adaptadas ao cinema e o cinema já contou também com sua participação mais direta. Além de colaborar em várias produções (como em “Os Matadores”, de Beto Brant, “Através da Janela”, de Tata Amaral, e “Carandiru”, de Hector Babenco), o escritor já dirigiu vários filmes de curta-metragem.Bettina Bremme, nascida em 1964, trabalha como jornalista, escritora e diretora de documentários especializados na América do Sul desde o início dos anos 90.


De 1993 a 2002 foi roteirista nas “Lateinamerika Nachrichten” em Berlim, depois atuou para o FDCL e outras ONGs, chegando também a publicar críticas de filmes (por exemplo, nos veículos berlinenses “Tipp” e “Berliner Zeitung”). Em 2000, lançou seu livro “Movie-Mientos: o Filme Latinoamericano – Impressões de uma Viagem”. Desde a primavera de 2002, Bremme vive em Barcelona, onde trabalha como jornalista independente.


Posta por ELICLEIA OLVEIRA fonte:http://www.icbra-berlin.de/?sec=3,1,br&id=3

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