Foram cumpridos 30 mandados de prisão, nas cidades de Irará, Itabuna, Conceição do Jacuípe, Vitória da Conquista, Salvador e Alagoinhas, contra nove policiais, 19 empresários, um contador, uma servidora pública, além de 26 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios de contabilidade.
“Além dos mandados de busca e prisão, já deferimos o seqüestro de bens dos acusados, entre eles, 146 veículos e o bloqueio da conta bancária de 12 envolvidos na fraude, com a intenção de recuperar esses ativos que foram desviados. Parte desses bens está retornando aos cofres do Estado. Até o momento foram presas 24 pessoas nos municípios”, afirmou o secretário de Segurança Pública, César Nunes, durante entrevista coletiva na sede do Comando de Operações Especiais da Polícia Civil (COE), no aeroporto de Salvador.
Durante a força-tarefa, seis organizações foram debeladas. Elas agiam nos postos fiscais Benito Gama, em Vitória da Conquista, e Eduardo Freire, no município de Mucuri, onde deixavam de efetuar a parada obrigatória para inspeção da carga, ação conhecida como ‘furar barreira’. Três das organizações eram integradas por empresários do ramo de transporte de carga e três por policiais militares.
Diariamente, pelo menos 50 carretas transitavam pelos postos, com a cobertura do esquema, provocando prejuízo estimado em R$ 27 milhões por mês, mais de R$ 320 milhões por ano. “Em termos de arrecadação anual, só de ICMS temos R$ 10 bilhões, o que representa 15% da arrecadação. Aquele empresário que paga os impostos em dia sofre uma concorrência desleal com esses que utilizam mecanismos, burlando o fisco e, ao mesmo tempo, tendo vantagens comerciais”, disse o secretário da Fazenda, Carlos Martins.
A maioria das mercadorias circuladas pelos esquemas fraudulentos era de produtos resultantes de aves congeladas, bebidas alcoólicas quentes, farinha de trigo e açúcar, respondendo, respectivamente, com percentuais em torno de 40%, 30%, 20% e 10% do segmento analisado.
De acordo com a delegada, Débora Freitas, da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), as fraudes consistiam no trânsito de mercadorias fundamentalmente no Posto Fiscal Benito Gama, responsável por 60% de todo conjunto de mercadorias que circulam no estado, onde carretas transportavam mercadorias gerenciadas por parte dessas empresas.
A Polícia Militar executou nove mandados de prisão preventiva contra policiais militares, sendo um da reserva remunerada e oito da ativa. Todos da região de Vitória da Conquista e Jequié. Os policiais estão sendo ouvidos no distrito e serão trazidos para o Batalhão de Choque de Salvador e Lauro de Freitas.
Segundo o promotor de Justiça, Ivan Machado, os crimes apurados não são apenas de sonegação fiscal, mas também de corrupção ativa, passiva, de falsidade documental, ideológica e imaterial. “Muitas empresas foram constituídas em nome de pessoas inexistentes e de laranjas”. Dentre o universo investigado de empresas beneficiárias dos esquemas criminosos, 38 delas foram passíveis de identificação, algumas constituídas em nome de pessoas inexistentes e outras em nome de laranjas.
Um comentário:
Esta é a comprovação de que um trabalho policial de sucesso depende de um estudo aprofundado em que a paciência é fundamental. Parabéns a toda a equipe de Policiais e Auditores que contribuíram para o sucesso da operação.
Contem sempre com o apoio irrestrito dos colegas policiais pernambucanos.
Francisco Rodrigues, Delegado.
DECCOT
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