quarta-feira, 2 de junho de 2010

Familiares pedem que morte de Clayton Leão seja investigada com rigor

Durante a missa de sétimo dia, que aconteceu na manhã desta terça-feira (01/06), na Igreja Nossa Senhora da Luz, bairro da Pituba, parentes e amigos do delegado Clayton Leão Chaves, 35 anos, pedem que o caso seja investigado com mais rigor por parte da cúpula da Policia Civil da Bahia.

A mãe do policial assassinado, Terezinha, acompanhada da filha e de demais parentes, não continha o desespero. A esposa de Clayton, a dentista Simone Oliveira, recebia condolências e preferiu o silêncio.

Na voz do delegado do Comando de Operações Especiais (COE), Jardel Peres, a mensagem daqueles que conviveram com Clayton Leão. “Nós trabalhávamos juntos no COE e tínhamos muita aproximação, como amigos. Uma vez, eu estava à frente de uma operação e minha mãe havia falecido. Ele foi encarregado para me dar a notícia”, disse.

A postura firme durante a ação policial foi ressaltada. “Quando estava à frente de qualquer investigação, ele agia rápido com sua equipe. Em outro episódio, estávamos investigando bandidos que invadiram o fórum de Lauro de Freitas e enquanto estávamos cercando a casa onde os acusados estavam, Clayton e sua equipe já haviam realizado a prisão”, relatou Jardel.

“Vivíamos correndo atrás de bandidos por estado a fora, para deixar a sociedade mais tranquila. O juramento dele não foi da boca para fora. Irmão, peço que você esteja bem e espero que tenhamos forças para ajudar a sua família”, afirmou. Jardel terminou seu discurso ressaltando que não adianta ficar condenando um aos outros. “É preciso reunião dos poderes Legislativo, Judiciário, do Ministério Público e é preciso fazer uma reflexão sobre a segurança pública.

Questionar, porque o delegado foi parar numa estrada daquela. O errado não foi ele parar naquela estrada e sim, saber por que não se pode parar naquela estrada. Condenar é fácil, o difícil é agir”, concluiu Jardel Peres. Outra missa foi celebrada na cidade da Camaçari, onde o delegado trabalhava.
O Caso não foi encerrado

O tio do delegado, o médico João Chaves, disse que fez sua parte, ressaltando que não acreditava na versão da polícia de uma tentativa de latrocínio. Mas que agora, pretende deixar o caso nas mãos da Justiça. Sobre a questão de acionar o Ministério Público para que as investigações do caso continuem, como foi dito por ele na semana passada, o tio sustentou a posição de que essa medida será sim adotada. No entanto, José Gregório Novaes, outro tio de Clayton, em entrevista à imprensa, acredita na versão da polícia.
A mãe do delegado e a esposa estavam em estado de choque e não falaram com a imprensa. O delegado geral da Polícia Civil, Joselito Bispo, esteve na missa, mas explicou que o caso só será encerrado depois que o processo for remetido para a Justiça. E ainda concluiu que a principal linha de investigação, é a hipótese de latrocínio. O delegado Cleandro Pimenta que está comandando as investigações e também estava presente na missa, ressaltou que enquanto o laudo pericial não sair, ele não falará nada.
A polícia concluiu por latrocínio como versão para o crime após a confissão de Rinaldo Valença de Lima, que afirma ter sido o autor dos disparos. Ele e outros dois comparas disseram que iriam tentar roubar o som do EcoSport do policial, que estava estacionado na Estrada da Cascalheira, enquanto a vítima dava entrevista ao vivo através do celular para a Rádio Líder FM, de Camaçari.
Informações da Tribuna da Bahia



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