Preso
pela Polícia Federal na tarde desta sexta-feira (18/04), o vereador Marco
Prisco, líder da greve promovida nesta semana pela Polícia Militar da Bahia,
orientou os membros de sua associação a não retomar a paralisação em protesto
contra a detenção.
A
informação foi confirmada na noite desta sexta-feira pelo advogado e por
dirigentes da Aspra (Associação dos Policiais e Bombeiros da Bahia), a associação
comandada por Prisco.
O
recado arrefeceu os ânimos dos policiais que se reuniram nesta noite para
discutir a possibilidade de uma paralisação motivada pela prisão de Marco
Prisco, que é vereador em Salvador pelo PSDB.
Prisco
foi detido pela Polícia Federal pela tarde, na região da Costa do Sauípe
(litoral norte da Bahia). Segundo o Ministério Público Federal e a Polícia
Federal, ele estava em um resort - a defesa nega e diz que ele foi
preso no caminho do hotel, onde
seguia para descansar com a família.
A
Procuradoria pediu a prisão no curso de uma ação referente a greve anterior
da categoria, de 2012. O pedido, contudo, foi feito na última segunda-feira,
quando a nova paralisação foi iniciada na terça-feira- já era iminente. A
Procuradoria reconhece que o pedido foi feito em razão da ameaça de nova greve,
que acabou se concretizando.
Como
a ordem de prisão partiu da Justiça Federal, o soldado foi levado de helicóptero ao aeroporto de Salvador, de onde seguiu para o
complexo penitenciário da Papuda, em Brasilia.
A
detenção veio um dia após os grevistas fecharem acordo com o governo Jaques
Wagner (PT), que ontem negou relação com a prisão e disse que mantém os itens
acertados com a categoria. O comando da PM emitiu nota conclamando os policiais
a se manterem em serviço.
No
acordo que encerrou a greve, o governo Wagner aceitou elevar gratificações por
funções e abrir nova discussão sobre o código de ética da corporação e plano de
carreira.
Mesmo
com o reforço de tropas federais, que permanecem no Estado, a greve foi marcada
pelo aumento da violência no Estado: houve saques e ao menos 52 homicídios na
Grande Salvador em 46 horas uma média de cinco casos por dia.
Com
a notícia da prisão, PMs começaram a se mobilizar para uma assembleia. Alguns
anunciavam a possibilidade de nova paralisação.
ASSEMBLEIA
Por
meio de redes sociais, os
policiais convocaram uma assembleia para a câmara Municipal, no centro de
Salvador. Cerca de cem pessoas se concentraram no local, mas nenhum líder apareceu para
comandar a reunião. Não houve oradores.
Por
volta das 22h, o tenente coronel Edmlson Tavares, presidente da associação de oficiais Fora
Invicta, telefonou para policiais da entidade que estavam na Aspra, pedindo
para que o grupo se dispersasse para evitar confrontos com forças federais que
foram para a cidade reforar o policiamento durante a greve.
Cerca
de uma hora antes, os policiais presentes na Aspra haviam hostilizado e vaiado
policiais da Força Nacional e até da própria Polícia Militar que passaram em carros das corporações. Por volta das 22h30, a Aspra
ja estava vazia.
RECUO
Aspra
emitir uma nota de repúdio ao governo e conclamar os policiais a uma nova
paralisação, o deputado estadual Capito Tadeu (PSB) -que também policial- recuou.
“Pedi
para os policiais ficarem aquartelados para acalmar os ânimos e evitar qualquer
tipo de ao isolada” afirmou Folha o deputado, descartando a convocação de uma
nova greve.
Um
grupo de filiados associação de Prisco dever chegar a Brasília neste sábado (19/04) para
definir um cronograma de ações contra a prisão do policial.
Informações da Folha de São Paulo
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