segunda-feira, 25 de maio de 2015

Chega ao fim rebelião no Conjunto Penal de Feira com oito mortos e seis feridos

Rebelião
 Chegou ao fim por volta das nove horas desta segunda-feira (25/05), a rebelião no Pavilhão 10 do Conjunto Penal de Feira de Santana. Mais de 70 pessoas, dentre mulheres e crianças, estiveram em posse dos detentos. Na madrugada, um oitavo preso foi morto, mas ainda não há detalhes sobre as circunstâncias do crime.

Até por volta das 9hs30min, mesmo já livres, as pessoas que foram feitas reféns ainda não tinham saído do presídio. Os presos estão sendo levados do pátio para as celas e vistorias estão sendo feitas na tentativa de encontrar armas ou outros instrumentos proibidos.
 
A rebelião, iniciada na tarde do domingo (24/05), continuou até o início da manhã desta segunda-feira (25/05). Entre os mortos, pelo menos um foi decapitado e cinco pessoas ficaram feridas. As negociações foram mediadas pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal da cidade.
No domingo (24), Clériston Leite, diretor do presídio, informou que vai investigar as causas da rebelião, mas adiantou que a princípio começou após uma briga entre facções. Como aos domingos são realizadas as visitas aos detentos, muitas famílias foram feitas reféns na rebelião. Entre os reféns, há mulheres e crianças.
 
Ainda segundo o policial, as mortes e ferimentos foram causadas em brigas entre os próprios presos. Os cinco feridos foram liberados pelos presos e encaminhados para o hospital Clériston Andrade, um deles em estado grave.
Os detentos exigiam a presença de representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Feira de Santana para encerrar a rebelião. Por volta das 19h, a comissão chegou ao local, entretanto, os presos mudaram a posição e disseram que só vão começar a liberar os reféns e se entregar na manhã desta segunda-feira (25).
 
O detento estava participando das negociações com a direção do Conjunto Penal. Também estão mortos, José Silas da Silva, que foi decapitado e residia no bairro Rocinha; Haroldo de Jesus Brito, que morava na Rua Nova; Alisson Rodrigues Oliveira, que residia no conjunto Feira VII, Juliel Pereira dos Santos, do George Américo e Luiz Paulo de Souza Alencar, além do detento identificado apenas como Júnior.
O fornecimento de água foi cortado no local, mas o abastecimento de energia mantido até o fim do conflito.

Situação do presídio
De acordo com informações disponíveis no site da Seap, o presídio abriga 1.467 detentos, no entanto, só possui capacidade para 644. Com isso, 823 excedem a capacidade. Desse total, a grande maioria, 1.376, é de homens - 1.055 presos provisórios e 341 condenados. Das 91 mulheres, sendo que 49 provisórios e 42 condenados.
 
A Seap informa ainda que a unidade tem 13 pavilhões - 12 masculinos e um feminino. Dos próprios para homens, seis não estão em funcionamento. Três locais são improvisados para recebimento de presos em regime especial, como idosos e pessoas em regime semi-aberto.

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