segunda-feira, 1 de junho de 2015

Direção do Conjunto penal de Feira suspende visitas uma semana após rebelião

Rebelião
 As visitas aos presos do Conjunto Penal de Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador, estão suspensas neste domingo (31/05), de acordo com informações do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado da Bahia. Os trabalhadores da categoria estão parados desde quarta-feira (27) após deflagrem greve geral no estado. O Conjunto Penal de Feira de Santana passou por uma rebelião, no domingo (24), que só terminou no dia seguinte após mais de 18 horas de negociações. Nove presos morreram na ação. O sindicato aponta que nenhum servidor penitenciário ficou ferido durante a rebelião.

Segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), uma liminar expedida sexta-feira (29) pela Justiça (comarca de Salvador), assinada pelo juiz José Edvaldo Rocha Rotondano, decretou a ilegalidade da greve dos agentes penitenciários, e ordenou que os trabalhadores voltem de imediato às suas atividades, com aplicação de multa, caso a decisão não seja cumprida.
 
A direção da unidade acredita que o próximo dia de visita, quinta-feira (4), deve acontecer normalmente. Sobre a suspensão neste domingo, o diretor Clériston Leite afirmou que pediu para que os coordenadores do plantão avisassem aos presos que a visita seria cancelada.
"A categoria está mobilizada. Desde o dia 24 que não tem visita no Conjunto Penal de Feira de Santana. Não há condições de segurança nem para os agentes, nem para as visitas. Temos informações de que existem muitas armas de fogo dentro dos pavilhões. Porque foi feita uma vistoria apenas no pavilhão onde houve a rebelião. Então, há a informação dessas supostas armas de fogo em outros pavilhões", afirma Reivon Pimentel, coordenador geral do sindicato que representa os agentes penitenciários na Bahia.
 
Ainda de acordo com o sindicalista, por causa das suspensão, houve um princípio de tumulto na área externa do conjunto penal, por volta de 10h deste domingo, por pessoas que foram até o local e não puderam ter acesso à unidade penal para visita. Segundo o sindicato, a PM conteve a manifestação.
 
Reivon Pimentel afirma que 30% dos agentes penitenciários (aqueles contratados via Reda) permanecem em atividade durante a greve para atender necessidades básicas como fornecimento de alimentação, de medicação de uso contínuo, fazer o cumprimento de alvará de soltura e atendimento médico de urgência. O sindicato dos agentes penitenciários apontam problemas como superpopulação carcerária, falta de efetivo de trabalhadores e falta de equipamentos de segurança para o trabalho.
 
Greve da categoria
Os servidores penitenciários da Bahia iniciaram greve por tempo indeterminado na manhã de quarta-feira (27). De acordo com o sindicato que representa a categoria, a paralisação das atividades foi decidida no dia 13 deste mês, durante assembleia e votação unânime. Por conta da greve, representantes do movimento se concentraram em frente ao Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, durante a manhã da quarta-feira.
 
Dentre as reivindicações da categoria estão itens como efetivação de concurso público, criação da lei orgânica, aposentadoria especial, porte de armas, rediscussão da gratificação por condições especiais de trabalho, auxílio-alimentação, adicional de insalubridade e capacitação continuada.
 
Em nota enviada na quarta-feira, a Secretaria de Administração Penitenciária disse que, em reunião com o Sindicato dos Servidores Penitenciários, no último dia 21,  foram asseguradas diversas reivindicações da categoria, como o concurso para contratação de novos agentes, porte de armas e auxílio-refeição. A secretaria disse que assume o compromisso de manter uma mesa permanente de negociação para tratar dos das outras reivindicações.
 
Informações do g1

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