quinta-feira, 17 de abril de 2014

PMs ganham revisão de código de ética e gratificação cresce

As associações de policiais militares envolvidas na greve de quase 48 horas avaliaram como um "bom termo" os "ganhos" obtidos nas negociações com o governo baiano. Segundo as entidade, as rodadas foram "tensas" durante esses três dias, que englobam a noite de terça-feira (15/04) até esta quinta-feira (17/04). Na posição do governo, a mobilização, aderida principalmente por praças, não trouxe grandes mudanças na proposta que já tinha sido apresentada pelo Estado no Plano de Modernização da Polícia Militar, mas ocorreram "consensos" entre as partes.

"Os pontos de consenso estão em um documento assinado por dirigentes de seis associações representativas da categoria, o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, e o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa", afirma o governo. No período da paralisação, a capital baiana e região metropolitana registrou 39 homicídios, uma média de 20 por dia - que ainda pode aumentar no último balanço-, e mais de 60 carros roubados.


Conheça o resultado nas negociações:

1. Gratificação por Condições Especiais de Trabalho (CET): aumento dos praças na proporção de 25% para as funções administrativas, 45% para as operacionais, 65% para os motoristas e Regime de Tempo Integral (RTI) para os oficiais, com atualização da lei. O ponto foi negociado em reunião que aconteceu antes da primeira assembleia que deflagrou a greve. Na ocasião, o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, afirmou como diferença que o reajuste para os motoristas seria de 60%, e ficou em 65%.

2. Código de Ética: retirada para nova discussão da proposta e rediscussão das propostas do Estatuto e Plano de Carreira. As associações consideravam o atual código obsoleto e o governo já tinha garantido a reavaliação das questões que não satisfaziam a categoria. Com a greve, o código foi retirado do plano. As entidades de PMs querem que Estatuto seja encaminhado com "máxima urgência" para votação na Assembleia Legislativa da Bahia.

3. "Anistia": rever os processos administrativos e disciplinares referentes à mobilização de 2012;  as associações pedem a suspensão de "quaisquer procedimentos que visam a apurar as faltas administrativas que não se constituem crimes decorrentes da paralisação de 2014". O governo afirmou nesta quinta-feira, no entanto, que não abre mão das punições daqueles que cometeram "excessos".
4. Estatuto dos PMs: regulamentar o artigo 92 nas bases a serem negociadas com o Governo do Estado, Associações e PM. O artigo trata dos auxílios alimentação, funeral, fardamento para alunos em formação, transporte e bagagem.

Além desses pontos, as associações citam ainda um último, que seria "manter as conquistas já anunciadas pelo governo". Em uma das pautas apresentadas por policiais, eram pedidas ainda a transferência da Gratificação da Atividade Policial (GAP) para o soldo (como se chama o salário da categoria), de modo que a gratificação fosse paga incorporada ao subsídio mensal e não em parcelas. O pagamento integral e imediato, como pedido, não foi cedido pelo governo. Na quarta, Marco Prisco, vereador que lidera o movimento, afirmou que este era o principal ponto para o fim da paralisação. 

Segundo o coronel Castro, comandante da corporação, o reajuste nas Condições Especiais de Trabalho (CET) foi revisto. "O que mudou foram as condições das propostas no que diz respeito aos índices. Tivemos uma proposta feita anteriormente sem o índice de CET e nós colocamos agora o índice de CET. Também estamos colocando a retirada de sanção disciplinar, as faltas leves administrativas durante esse período de greve", disse o oficial. O governo explica que a CET é uma gratificação que atualmente vigora para oficiais e que os grevistas pedem que se estenda a todos do efetivo policial.

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