O governo da Bahia divulgou nota afirmando que a Polícia Federal prendeu, na tarde desta terça-feira (7), mais um líder da greve dos policiais militares que estava com pedido de prisão decretado. O sargento Elias Alves de Santana, dirigente da Aspol (Associação dos Profissionais de Polícia e Bombeiros Militares do Estado da Bahia), é apontado como um dos líderes do movimento de amotinados e foi preso em Salvador.
Ele é o segundo a ser detido da lista dos 12 mandados de prisão solicitados à Justiça pelo Ministério Público Estadual. Na madrugada de domingo passado (5), o soldado Alvin dos Santos Silva, lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental, foi preso pelo major Nilton Machado, e encaminhado para a Polícia do Exército.
A prisão preventiva foi decretada pela juíza Janete Fadul. Todos são acusados de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (carros da corporação). Além dos crimes, os policiais vão passar por um processo administrativo na própria corporação.
A prisão preventiva foi decretada pela juíza Janete Fadul. Todos são acusados de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (carros da corporação). Além dos crimes, os policiais vão passar por um processo administrativo na própria corporação.
Reunião termina sem acordo
Terminou sem acordo uma reunião que acontecia pelo segundo dia consecutivo em Salvador, e que durou sete horas nesta terça-feira (7), com o objetivo de negociar o fim da paralisação. A greve entra hoje no oitavo dia.
Mediada pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Kriger, estavam reunidos representantes de associações de policiais militares, da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A informação foi confirmada pela assessoria da SSP, que acrescentou que uma proposta feita pelo grupo será levada agora para apreciação do governador Jaques Wagner (PT) --não foi informado o conteúdo da proposta, mas sabe-se que é uma contraproposta dos grevistas.
Entenda a greve
A greve na Bahia foi deflagrada na última terça-feira (31) por parte da categoria, liderada pela Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra). Doze mandados de prisão foram expedidos contra policiais militares que lideram o movimento --considerado ilegal pela Justiça.
Cerca de 300 policiais militares estão amotinados dentro da Assembleia Legislativa em Salvador, cercados pelas forças federais, que negociam o fim da greve. Marcos Prisco, que é presidente da Aspra, chegou a afirmar que cerca de 2.000 pessoas já estiveram dentro da Assembleia.
Na segunda-feira, soldados lançaram bombas de efeito moral e dispararam balas de borracha contra policias grevistas que estavam do lado de fora e que tentavam entrar no local.
Na segunda-feira, soldados lançaram bombas de efeito moral e dispararam balas de borracha contra policias grevistas que estavam do lado de fora e que tentavam entrar no local.
De acordo com Prisco, os grevistas não vão deixar a Assembleia até que sejam revogados os pedidos de prisão de 12 grevistas, além da concessão da anistia irrestrita para os grevistas e o pagamento de gratificações.
O governo estadual afirma que o orçamento deste ano não prevê pagamentos adicionais aos policiais, mas propõe que as gratificações reivindicadas pelo movimento, que juntas vão representar 30% de reajuste, sejam diluídas até 2015. Os grevistas querem que as gratificações sejam pagas este ano e em 2013.
A paralisação gerou um aumento da violência no Estado: aulas foram canceladas, assim como shows, a Justiça teve seu trabalho suspenso e os Estados Unidos chegaram a recomendar aos norte-americanos que adiem viagens "não essenciais" ao Estado. O número de homicídios e assaltos também aumentou --até o fim de semana, as mortes já eram superiores ao dobro do registrado no mesmo período na semana anterior à greve.
Fotos Christophe Simon/AFP e Lúcio Távora/Agência A Tarde/AP
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