A reunião entre três entidades que representam policiais militares da Bahia para decidir sobre os rumos da greve após a desocupação do prédio da Assembléia Legislativa, nesta quinta-feira (09/02), terminou sem acordo para encerrar a paralisação, segundo o sargento Jackson Carvalho, presidente da Associação de Sargentos e Sub-tenentes de Polícia Militar, por volta das 17h. Em entrevista ao G1, o sargento disse que foi elaborada uma nova proposta, que vai ser levada ao governador para que seja aberta a negociação.
"Fizemos um documento, que já foi encaminhado ao governador Jaques Wagner, para melhorar a proposta. Queremos que a GAP IV [Gratificação de Atividade de Polícia] comece a ser paga em março, em vez de novembro [como o governo propôs]. Um percentual em março e o resto em novembro. O governo decide como será a divisão do percentual", afirma o sargento Jackson. O governo do estado não se pronunciou oficialmente sobre a retomada de negociações, e as entidades programaram uma entrevista coletiva para a noite desta quinta para detalhar a atual situação da greve.
No encontro, estiveram presentes representantes de três associações de classe e, segundo eles, também o comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Alfredo Castro.
Sobre a GAP V, outro benefício específico da classe, que tem sido pedido pelo movimento grevista, o sargento relata que eles querem redução do prazo para início do pagamento, sem especificar detalhes. O governo prometeu quitar a GAP V entre 2012 e 2015. Ainda de acordo com o sargento, eles agora aguardam a resposta do governo para avaliar o fim da greve.
Além da reunião entre as entidades, cerca de 500 manifestantes, incluindo policiais que estavam na Assembleia Legislativa desde o dia 31, também discutem em um ginásio da capital baiana os rumos da greve.
Além da reunião entre as entidades, cerca de 500 manifestantes, incluindo policiais que estavam na Assembleia Legislativa desde o dia 31, também discutem em um ginásio da capital baiana os rumos da greve.
Novo ponto de protesto
Vários dos PMs que ocupavam a Assembleia até a manhã desta quinta se juntaram a outros manifestantes em um ginásio do Sindicato dos Bancários, em Salvador. Eles são ligados à Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra). O grupo não permitiu que a imprensa entrasse no local, mas a estimativa é de que haja 500 pessoas.
Eles entoam gritos em defesa dos PMs e falam em manutenção da paralisação. Segundo o deputado federal Capitão Tadeu, que defende o grupo, a greve ainda não acabou. Um dos soldados grevistas, que faz parte da Justa Reserva da PM e não quer se identificar, conta que o fim da greve depende de o governo acatar o pedido de não punição irrestrita aos grevistas e o pagamento imediato dos benefícios. Segundo ele, o ato de deixar a Assembleia foi uma medida preventiva, por receio de confronto com as Força Armada e Força Nacional de Segurança.
"Todo mundo aceitou, para não ter derramamento de sangue. Prisco lembrou a guerra de Canudos, dizendo que teve muita perda e que a maioria era pai de família. Disse que ia se entregar, mas que a greve continua. Foi stress total lá dentro, ninguém aguentava mais a pressão. Todo mundo armado, tanto nós, quanto lá fora", relatou.
A greve dos PMs na Bahia começou em 31 de janeiro e o governo do estado solicitou auxílio da Força Nacional de Segurança e do Exército para fazer o patrulhamento nas ruas e cercar o prédio da Assembleia, que havia sido tomado pelos grevistas.
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