Os cinco filhos da lavradora Silvânia da Silva
voltaram com a mãe biológica para a cidade de Monte Santo, na Bahia, onde foram
recebidos com festa. Reportagem do Fantástico (Veja vídeo ao lado)
deste domingo (23) traz imagens do reencontro e da viagem à terra natal.
O caso foi denunciado no programa Fantástico no mês
de outubro. Silvânia e Gerôncio, moradores de Monte Santo, relataram ter tido
os filhos arrancados de dentro de casa por policiais. O novo juiz da cidade
apontou irregularidades no processo que concedeu a guarda provisória aos pais
de Campinas (SP).
Nesta semana, as crianças voltaram para a Bahia,
por decisão judicial. Ao chegar a Monte Santo, os moradores a recebem com
festa. “Por que você está chorando, Silvânia?”, questiona o repórter. “De
alegria”, responde a mãe.
Os moradores também comentam o retorno. “Chorei pra
me acabar de ver essas crianças sair assim roubadas dos braços do pai mais a
mãe”, diz um deles.
Já em Monte Santo, as crianças reencontraram o pai.
"Painho, cadê o cavalo? Perguntou logo pelo cavalo", relata Gerôncio,
que logo correu, selou o animal para o filho montar. "Se eu falar pra ele
correr, ele me derruba?", perguntava o menino ao pai.
A decisão da Justiça baiana incluiu um período de
readaptação, em que as crianças permaneceram com a mãe em São Paulo sob o
acompanhamento de uma equipe de psicólogos e pedagogos.
“As crianças tiveram uma ruptura lá em Monte Santo
há um ano e oito meses atrás, e agora novamente outra ruptura, porque é
evidente que nesse período eles buscaram outras referencias, e construíram
referências”, afirma Sandra Grego, uma das pedagogas.
“Principalmente a Stephanie, a pequeninha, não
desgrudou, ficou o tempo todo com a mãe. Chamou nossa atenção”, afirma o juiz
Iasin Issa Ahmed, da 1ª Vara da Infância do Fórum Regional de Santo Amaro (SP).
“Os outros brincando. Os outros irmãos fazendo muita bagunça, correndo de um
lado pro outro, muito divertido. Olha, nos tranquilizou.”
O 'Fantástico' tentou ouvir a advogada das famílias
paulistas e o juiz que concedeu a adoção, mas não obteve retorno.
O juiz Vitor Bizerra disse à CPI do tráfico de
pessoas que sua decisão foi baseada em relatórios do Conselho Tutelar e do
Ministério Público. Carmen Topschall, que aparece como intermediária em todos
os processos suspeitos de adoção na região de Monte Santo, se recusou a
responder à maioria das perguntas.
“As denúncias são graves, as denúncias são sérias.
Elas têm que ser averiguadas”, afirmou a ministra Maria do Rosário, da
Secretaria de Direiros Humanos. “O CNJ que é o Conselho Nacional De Justiça,
tem um procedimento. Todos nós aguardamos que as decisões sobre esse caso não
sejam apenas a aposentadoria de um juiz, que muitas vezes os juízes erram e
acabam sendo aposentados precocemente, que é até um prêmio”, afirma.
“O que é preciso é que ele responda diante do
mal e do crime que cometeu. Um sofrimento incalculável pra crianças, pra mãe,
pra família em Monte Santo e pra essas famílias que estão em outro estado da
federação e que também sofrem com tudo isto”, completou a ministra.
Um comentário:
Que legal que os filhos tenham voltado com sua mãe biológica. A verdade, quase nunca acontece algo assim e se fazer uma festa.
Eu fui me colocar os meus lentes de contato porque nao podia acreditar que uma coisa assim estivesse acontecendo na realidade.
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