Ao
contrário do que foi programado para esta segunda-feira (12/11), o relator
Joaquim Barbosa iniciou a definição da pena do núcleo político no julgamento do
mensalão, em vez de fixas as penas para o chamado núcleo financeiro.
A decisão do relator gerou bate-boca entre os ministros. Ricardo Lewandowski disse que foi surpreendido e estava preparado para votar sobre os dirigentes do Banco Rural.
A decisão do relator gerou bate-boca entre os ministros. Ricardo Lewandowski disse que foi surpreendido e estava preparado para votar sobre os dirigentes do Banco Rural.
O
revisor votou pela absolvição de todos os reús do crime de formação de
quadrilha e não irá participar da definição das penas. Após discutir com
Barbosa, deixou o plenário.
Barbosa
justificou aos colegas, o motivo de ter escolhido
votar as penas do núcleo político. “Por que escolhi o núcleo político? Porque é
pequeno. São apenas seis penas. E acho que, superado o núcleo político,
andaremos bem mais rápido.”
A
pena de Dirceu somou 10 anos e 10 meses de prisão, mais multa de R$ 676 mil.
Pela punição aplicada pelo STF, superior a 8 anos de reclusão, o ex-ministro da
Casa Civil terá que cumprir a pena em regime fechado, conforme regra prevista
no Código Penal.
Ele
foi condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa. Segundo o Supremo,
Dirceu "ordenou" o esquema de pagamento de propina a parlamentares da
base aliada em troca de apoio no Congresso
ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A
pena pode ser alterada até o final do julgamento, conforme alertaram alguns ministros
do Supremo Tribunal Federal (STF), mas inicialmente, deve ser cumprida em
regime fechado por ter superado os oito anos.
Em
relação ao crime de formação de quadrilha, a votação
foi unânime para condenar Dirceu a dois anos e 11 meses de prisão, conforme
voto apresentado pelo relator Joaquim Barbosa. Já
quanto ao crime de corrupção ativa de parlamentares da base aliada, a
condenação foi fixada em sete anos e 11 meses de prisão mais 260 dias-multa de
dez salários mínimos cada, que somam cerca de R$ 676 mil em valores não
atualizados, proposta também pelo relator.
Apresentaram
pena menor os ministros Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia, que acabaram
vencidos. As
penas de Dirceu foram bastante majoradas porque os ministros consideraram que
ele teve papel preponderante no esquema, como autor intelectual.
A
faixa de punição para formação de quadrilha é um a três anos de prisão e a de
corrupção ativa é dois a doze anos de prisão.
Em
relação à corrupção ativa, a pena ainda foi agravada porque o STF entendeu que
houve corrupção de nove parlamentares.
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