terça-feira, 18 de novembro de 2014

Ex-policial acusado de matar estudante é condenado há 8 anos em regime semiaberto

Juri popular
 O ex-policial Civil, João de Melo da Silva Junior, acusado de matar o estudante Gilberto Oliveira Carvalho Junior, na Rua castro Alves, no bairro Serraria Brasil em Feira de Santana no dia 26 de Fevereiro de 2005 foi condenado há 08 anos de prisão em regime semiaberto. Ele foi julgado no final da tarde desta terça-feira (18/11), no Salão do Júri, localizado no Fórum Felinto Basto.

O Júri foi presidido pela Juíza da Vara de Execuções Penais, Lisiane Souza, tendo como promotor público, Aodo Rodrigues e o advogado Abdon Abade. O julgamento teve inicio às 9 horas da manhã e acabou por volta das 18 horas.
 
O advogado Abdon Abade relatou que pediu ao juiz para classificar o crime como homicídio culposo, já que segundo o defensor João de Melo, não tinha intenção de matar e que arma teria disparado. “sabemos sim, que ele teve a imprudência no modo de como conduziu a sua diligencia policial”.
 
O promotor de justiça, Aodo frisou que a condenação de 08 anos no regime semiaberto estava previsto, mas a pena poderia ser maior pela gravidade do fato, porem a condenação resolveu imputar uma pena mínima de 08 anos no semiaberto, que é um regime menos rigoroso do que o regime fechado. “A defesa tem cinco dias para recorrer, caso não recorra, o condenado deve cumprir a prisão imediatamente no semiaberto”, informou o promotor. O regime semiaberto é quando o condenado trabalha um turno e outro cumpre na prisão.
 
O CRIME – Gilberto foi morto com um tiro no pescoço, no final de tarde de um sábado (26/02), após se envolver numa briga e dar um murro no cunhado do policial, identificado como Murilo. João de Melo estava de folga e bebendo em um bar, armado com uma pistola, perseguiu o estudante até a rua Castro Alves, onde alcançou o estudante, que de joelhos pediu para não ser assassinado.
No dia de sua prisão, o policial alegou que o tiro foi acidental, uma vez que ao apontar a pistola para Gilberto, este fez menção de agarrá-lo pelas pernas e ao tentar se defender, escorregou e a arma disparou. “A arma já estava engatilhada, já que havia feito um disparo anteriormente, para que ele parasse de correr”, afirmou o policial em seu depoimento ao delegado Willian Achan. 
 
“A decretação da prisão do policial só demonstra que a justiça está empenhada em punir o culpado pelo crime que cometeu e que não existe corporativismo. É uma vitória para a Justiça feirense que está dando uma resposta a sociedade e confirmando todo o trabalho realizado por mim e a minha equipe para esclarecer este crime”, frisou Willian Achan.
Na época João de Melo prestou depoimento, ao Juiz Paulo Sérgio Barbosa de Oliveira Melo, no Fórum Desembargador Filinto Bastos e relatou que não teve a intenção de matar o jovem. 
 
Acompanhado de seu advogado, o afirmou que o tiro foi acidental. “O tiro foi acidental, nunca pretendia fazer isso, sou uma pessoa que não gosta de festa, nunca passei por uma situação como esta, nem quando estava a serviço. Minha intenção era prendê-lo e conduzi-lo a delegacia, mas infelizmente aconteceu o acidente”. ratificou o policial. 
 
FAMÍLIA DA VITIMA - A família de Gilberto não esteve presente no julgamento com exceção da tia dele, Jailmira Oliveira de Carvalho. Segundo ela, os familiares sabiam que a pena aplicada não seria a que a todos desejavam. 
 
“Foi injusta. Para uns existe justiça e para outros não. Se fosse o filho ou a filha de João que tivesse sido moto por Gilberto, teria sido de propósito. Todo mundo viu a morte de Gilberto. Houve a reconstituição do crime, no qual foi mostrado que foi de propósito. Ele foi lá e tirou a vida do menino que estava de joelhos. Gilberto pediu por favor não me mate, mas ele optou por tirar a vida de meu sobrinho”, lamentou.

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