A Polícia Federal divulgou, em uma coletiva realizada na tarde desta terça-feira (03/04), mais informações da "Operação Detalhes", deflagrada na manhã desta terça-feira (3), que investiga um esquema de desvio de recursos públicos por meio de assessores parlamentares "fantasmas" do deputado Roberto Carlos Almeida Leal (PDT) na Assembleia Legislativa da Bahia.
Segundo o superintendente regional da Polícia Federal em exercício, Daniel Veras, as investigações começaram a partir de um relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), enviado à Polícia Federal, no qual foram identificadas movimentações finaceiras atípicas realizadas por familiares do deputado no período de 2008 a 2010.
A investigação foi iniciada pela Delegacia da Polícia Federal em Juazeiro, região norte da Bahia, há dois anos e os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Roberto Carlos Almeida é o atual presidente do clube de futebol Juazeirense e atua como corregedor na Assembleia Legislativa da Bahia.
Dos doze mandados de busca e apreensão expedidos pela PF, dois foram cumpridos nesta manhã na capital baiana. Documentos e computadores foram apreendidos pelo agentes federais no gabinete do deputado, nas cidades baianas de Juazeiro e Uauá, além de Petrolina (PE). O G1 entrou em contato com o gabinete do deputado e foi informado que uma nota sobre o caso será enviada até o final da tarde desta terça. O presidente do PDT na Bahia, Hari Alexandre Brust, disse que apura o teor da denúncia para depois se posicionar.
Na coletiva, a PF informou que oito "funcionários fantasmas", todos da cidade de Juazeiro, participavam do esquema. Seis deles já foram ouvidos pela polícia nesta manhã e confessaram participação na ação. Em depoimento, um dos "funcionários fantasma" informou à polícia que nunca chegou a trabalhar na Assembleia Legilativa. Ainda de acordo com a Polícia Federal, o esquema funcionava através de depósitos dos salários dos supostos servidores, no valor de R$ 3 a R$ 8 mil, que eram sacados por terceiros e mais uma vez depositados nas contas do filho e da mulher do deputado Roberto Carlos Almeida.
Segundo a PF, os suspeitos ouvidos nesta terça serão indiciados por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. A Polícia Federal informou ainda que o deputado não foi localizado até o momento. O G1 tentou mater contato com Roberto Carlos Almeida por diversas vezes nesta terça-feira, mas não obteve êxito.
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