sábado, 9 de novembro de 2013

Três índios tupinambás são mortos em comunidade no sul da Bahia

Três índios tupinambás foram mortos na noite da sexta-feira (09/11) na comunidade de Acuípe, entre os municípios de Ilhéus e Una, no sul da Bahia. Segundo lideranças indígenas da área, os três índios tinham acabado de sair de uma fazenda quando foram cercados por homens armados.

As vítimas, de 28 anos, 36, 30 receberam vários tiros. A Polícia Federal aguarda um representante da Fundação Nacional dos Índios (Funai) para ir até a área do conflito.

Disputa

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, desembarcou em Salvador para intermediar o conflito entre índios e produtores rurais pela posse da terra no sul da Bahia. O evento aconteceu no dia 25 de outubro, quando o ministro se encontrou com representantes das duas partes em reuniões separadas. O governador da Bahia, Jaques Wagner, também esteve presente nas reuniões.

Um grupo de índios da tribo Tubinambá permaneceu na porta da Fundação Luís Eduardo Magalhães, local onde o evento era realizado, enquanto outro grupo participava da reunião.

"Nós temos uma equipe discutindo um plano de segurança para área, exatamente para que a gente garanta a pacificação até que saia uma decisão final, que só será possível pela Justiça. Ou, se for possível, aquilo que a gente está tentando construir, que é uma mesa de mediação", afirmou o governador.

A área em disputa tem 47 mil hectares e está localizada em Ilhéus, Una e Buerarema, na região sul da Bahia. Segundo um estudo da Funai, feito há 18 anos, o local é originalmente ocupados por famílias indígenas. Atualmente, 600 propriedades rurais estão nessa área. Desde agosto, a Força Nacional de Segurança está na região por causa da intensificação dos conflitos, com invasões e protestos.


O relatório da Funai está sob análise do Ministério da Justiça, mas índios e fazendeiros querem agilidade na decisão. "Os índios, obviamente, querem um rápido desfecho para a demarcação. Os produtores, ao contrário, alegam a nulidade do processo. Nós vamos analisar tudo isso com a maior imparcialidade, equilíbrio. Agora, tendo como pressuposto que se fique em paz. Casos de abuso não vão ajudar, só vão prejudicar o processo e as coisas vão ficar amarradas", disse o ministro.

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