A
Polícia Federal (PF) realiza nesta quinta-feira (28/11), uma operação de
combate a golpes no programa federal de desarmamento nos municípios baianos de
Feira de Santana, Cícero Dantas, Antas e em Fortaleza, no Ceará.
A
ação, batizada de "Vulcano", cumpre 23 mandados: 12 de busca e
apreensão, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva (para
cumprimento de pena). Três pessoas já foram presas: Clóvis Nunes, coordenador
nacional da ONG MovPaz Brasil, e seu irmão Carlos Nunes e o coronel da Polícia
Militar Martinho.
Carlos
Nunes foi preso em Fortaleza e está sendo trazido para a delegacia Federal de
Feira de Santana (a 107 quilômetros de Salvador). O coronel Martinho foi preso
por porte ilegal de arma. Durante a revista na casa do PM, a polícia encontrou
um rifle 44 sem documento. Martinho foi comandante do 1º Batalhão da Polícia
Militar do município.
O
coronel já estava sendo investigado pela PF antes da prisão. Segundo o delegado
Val Gular, responsável pela operação, ele era o responsável por guardar a senha
usada no sistema de desarme do governo. O militar, no entanto, passava a senha
para outras pessoas, facilitando a fraude nos pagamentos.
Irmãos
presos em Feira
Os
irmãos Nunes são responsáveis pela ONG Casa da Paz, braço da MovPaz Brasil, que
fazia arrecadação de armas pelo programa de desarmamento do governo federal na
cidade baiana. No programa, as pessoas que entregam suas armas podem receber de
R$ 150 a R$ 450, a depender do calibre da arma.
De
acordo com a PF, os irmãos mantinham um esquema no qual fabricavam armas
artesanais, que eram repassadas à ONG e recebiam em troca a taxa indenizatória.
Além disso, eles falsificavam recibos. Com isso, os irmãos recebiam outros
valores.
Segundo
o delegado Val Gular, o esquema envolve a PM e várias ONGs da cidade. O
prejuízo aos cofres públicos, de acordo com Gular, é de cerca de R$ 1 milhão. Às
15 horas desta quinta será apresentado o balanço da operação
"Vulcano", no posto da Polícia Federal de Feira.
Mais
de 8 mil armas artesanais
A
PF apurou que das 8.800 armas de fogo, cadastradas pela ONG investigada e que
geraram indenizações no sistema Desarma, 4 mil armas não existiam e outras
4.400 eram de fabricação artesanal. Apenas 400 estavam aptas para gerar
indenizações. A PF ressalta que armas artesanais não podem gerar qualquer tipo
de pagamento nos termos da legislação federal em vigor.
A
PF na Bahia aponta que as investigações começaram após denúncia feita Divisão
Nacional de Armas do Departamento de Policia Federal, em Brasília DF, com base
em documento encaminhado pela Senasp – Secretaria Nacional de Segurança
Pública.
Informações
de Alean Rodrigues Jornal A Tarde fotos Jorge Magalhães
Nenhum comentário:
Postar um comentário