quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Diretor da Casa da Casa da Paz é preso pela Polícia Federal



A Polícia Federal (PF) realiza nesta quinta-feira (28/11), uma operação de combate a golpes no programa federal de desarmamento nos municípios baianos de Feira de Santana, Cícero Dantas, Antas e em Fortaleza, no Ceará.

A ação, batizada de "Vulcano", cumpre 23 mandados: 12 de busca e apreensão, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva (para cumprimento de pena). Três pessoas já foram presas: Clóvis Nunes, coordenador nacional da ONG MovPaz Brasil, e seu irmão Carlos Nunes e o coronel da Polícia Militar Martinho.

Carlos Nunes foi preso em Fortaleza e está sendo trazido para a delegacia Federal de Feira de Santana (a 107 quilômetros de Salvador). O coronel Martinho foi preso por porte ilegal de arma. Durante a revista na casa do PM, a polícia encontrou um rifle 44 sem documento. Martinho foi comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar do município.

O coronel já estava sendo investigado pela PF antes da prisão. Segundo o delegado Val Gular, responsável pela operação, ele era o responsável por guardar a senha usada no sistema de desarme do governo. O militar, no entanto, passava a senha para outras pessoas, facilitando a fraude nos pagamentos.

Irmãos presos em Feira

Os irmãos Nunes são responsáveis pela ONG Casa da Paz, braço da MovPaz Brasil, que fazia arrecadação de armas pelo programa de desarmamento do governo federal na cidade baiana. No programa, as pessoas que entregam suas armas podem receber de R$ 150 a R$ 450, a depender do calibre da arma.

De acordo com a PF, os irmãos mantinham um esquema no qual fabricavam armas artesanais, que eram repassadas à ONG e recebiam em troca a taxa indenizatória. Além disso, eles falsificavam recibos. Com isso, os irmãos recebiam outros valores.

Segundo o delegado Val Gular, o esquema envolve a PM e várias ONGs da cidade. O prejuízo aos cofres públicos, de acordo com Gular, é de cerca de R$ 1 milhão. Às 15 horas desta quinta será apresentado o balanço da operação "Vulcano", no posto da Polícia Federal de Feira.

Mais de 8 mil armas artesanais

A PF apurou que das 8.800 armas de fogo, cadastradas pela ONG investigada e que geraram indenizações no sistema Desarma, 4 mil armas não existiam e outras 4.400 eram de fabricação artesanal. Apenas 400 estavam aptas para gerar indenizações. A PF ressalta que armas artesanais não podem gerar qualquer tipo de pagamento nos termos da legislação federal em vigor.

A PF na Bahia aponta que as investigações começaram após denúncia feita Divisão Nacional de Armas do Departamento de Policia Federal, em Brasília DF, com base em documento encaminhado pela Senasp – Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Informações de Alean Rodrigues Jornal A Tarde fotos Jorge Magalhães

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