Duas
crianças com idades de 10 e 11 anos foram abusadas sexualmente em Feira de
Santana na tarde desta terça-feira (26/11). O abuso ocorreu em uma casa no
bairro Subaé e foi cometido por cinco pessoas sendo duas mulheres e três
homens, que teriam abordado as vítimas em frente à Escola Municipal Maria da
Glória, onde estudam. Embora tenham afirmado que não houve penetração no abuso,
as meninas serão encaminhadas para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para
serem submetidas a exames.
De
acordo com informações das meninas, elas estavam brincando em frente à escola,
quando uma mulher grávida que elas já conheciam as chamou para irem até a sua
casa. Chegando no local, elas foram trancadas em um quarto e obrigadas a
consumir bebida alcoólica e drogas. As garotas ainda contaram que foram
beijadas e acariciadas por três homens durante três horas.
"Eles
eram velhos e ficavam nos beijando. Tive nojo, mas a mulher disse que se eu não
deixasse eles me matariam", contou a garota mais velha. Após
serem abusadas, elas foram abandonadas em uma esquina e encontradas por
moradores, que as encaminharam até a escola. A secretária da unidade, Priscila
Almeida, disse que elas estavam alcoolizadas e sob efeito de drogas. As garotas
vomitaram e passaram mal, mas não contaram com detalhes o que realmente
ocorreu.
"Elas
são acostumadas a não entrar na escola, ou até colocar a bolsa na sala de aula
e depois sumir. Ficamos assustadas com o estado que elas chegaram aqui e
mandamos buscar os pais imediatamente", informou.
As
meninas foram socorridas e levadas para o Hospital Estadual da Criança (HEC)
onde permaneceram internadas até a manhã desta quarta. Elas foram encaminhadas
para o núcleo da Delegacia de Repressão a Crimes contra Criança e Adolescente
(Derca), onde foram ouvidas.
Maria
Lucia Souza, mãe de uma das meninas, contou que ficou assustada com a situação
em que encontrou a filha, uma vez que sempre teve o cuidado de levar e buscar a
filha na escola. "Ontem minha outra filha de 13 anos a levou para a escola
e ela saiu escondido e não permaneceu no local. Ela contou que está com medo
pois os envolvidos a ameaçaram. Eles são do bairro e podem fazer qualquer coisa
com elas", disse.
E
o medo foi o motivo alegado pela mãe da outra garota para deixar o bairro. Ela
tem 4 filhos e diz que não tem como proteger a filha. "Não sei o que
fazer, ela saiu da escola escondido e nem imaginava que pudesse ocorrer uma
coisa destas. Não bebo e nunca incentivei meus filhos a fazer isto, acredito
que ela foi forçada mesmo a beber e usar droga", afirmou.
A
delegada Martine Veloso, que responde pela DERCA, informou que já identificou
alguns envolvidos e que está tentando localizá-los. "É um caso complicado,
mas estamos em diligência para localizar e prender estas pessoas. Uma coisa que
me chama atenção é que uma das mulheres está grávida e mesmo assim sai por aí
aliciando meninas para a prática de abuso sexual", frisou.
Até
a conclusão desta matéria, nenhum envolvido no caso tinha sido preso. O
conselho tutelar foi comunicado para dar assistência às vítimas e seus
familiares.
Informações
de Alean Rodrigues e Fotos de Luiz Tito/Jornal A Tarde
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