Igreja Quadrangular
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O pastor Pedro (PSC), que é
da Igreja do Evangelho Quadrangular após ser ouvido na delegacia da
Polícia Federal de Feira de Santana, na manhã desta sexta-feira (30) foi
liberado. O religioso foi conduzido coercitivamente por agentes do
órgão sob a suspeita de participar de um esquema ilegal de compra de
votos no município, para as eleições do próximo domingo, dia 2 de
outubro.
O pastor Pedro prestou esclarecimentos
na delegacia da PF. Ele atribui as acusações a perseguição por conta do
trabalho social que ele desenvolve na cidade.
“Nós fomos conduzidos para prestar
esclarecimentos e vejo como uma perseguição pelo trabalho social que
estamos fazendo na cidade, que tem incomodado e mexido com muita gente.
Não é porque é um momento político que vamos parar o nosso trabalho
social. As pessoas são rejeitadas e não podemos rejeitá-las agora. Nós
não temos nenhum tipo de compra de votos. Não viemos para aqui sermos
conduzidos por compra de votos, mas sim por perseguição”, afirmou pastor
Pedro.
Sobre
a distribuição de alimentos e marcação de consultas, ele diz que esse
trabalho social já é feito há muitos anos com sete ônibus que circulam
gratuitamente para a população. “Nós vamos continuar o nosso trabalho,
que é um trabalho de Deus”, disse.
O delegado da Polícia Federal Fábio
Marques informou que as investigações revelaram que o pastor evangélico
liderava um esquema de captação de votos mediante o preenchimento de
listas intituladas de ‘Oração para a família’ onde eram exigidos os
dados eleitorais do fiel e caso eles se negasse a fornecer a ordem é que
seriam amaldiçoados. Ele confirmou que as informações foram passadas à
polícia pelo Ministério Público Federal e a partir daí foi deflagrada a
operação batizada de 'Simão', que vem do codinome utilizado pelos
policiais para se referir ao principal investigado, uma referência ao
Apóstolo de Jesus Cristo.
“Durante a investigação a gente usou a
técnica da interceptação telefônica, devidamente autorizada pela Justiça
Eleitoral, e onde em determinado momento foi captado um áudio de uma
liderança política oferecendo um lote de votos para o candidato que é
pastor evangélico. Nessa ligação ele se recusa em razão de não possuir o
valor solicitado. Então, ele arruma outro candidato que teria esse
valor para pagar. Eles marcam um encontro com a liderança, e a gente
acredita que foi concretizado porque essa mesma liderança política que
chega nessa reunião com a plotagem do seu veículo do pastor, ao final da
reunião retira a plotagem e coloca a do atual vereador e também
candidato para esse pleito”, explicou o delegado.
Segundo ele, o pastor ainda estaria
intermediando a regulação de pacientes na Secretaria Municipal de Saúde.
“Lá eles encaminhavam esses pacientes para clínicas mediante o
fornecimento do seu título de eleitor. Há contatos que precisam ser
apurados dentro da secretaria e na central de regulação, que estavam
auxiliando esse tipo de ilicitude”, informou o delegado.
O promotor Audo Rodrigues reforçou a importância de a população denunciar crimes eleitorais como esses. Ele afirmou que a lei existe para todos e aqueles que praticarem tais atos serão punidos. “A gente está aqui para cumprir o nosso papel e levar a Justiça à punição de todos os envolvidos. Os responsáveis que serão punidos não são apenas os candidatos, mas todos aqueles que estiverem envolvidos em condutas criminais também serão punidos nos rigores da lei”.
Ele informou que o Ministério Público
vai aguardar a conclusão do procedimento de investigação, que demanda a
transcrição de áudios e coleta de provas de relação. “Isso será
formalmente encaminhado ao Ministério Público Eleitoral, que deflagrará
as ações, que serão provavelmente de natureza criminal com pedido de
prisão a depender dos crimes cometidos, e num segundo momento as ações
de natureza cível, que demandam a cassação do registro ou diploma se
eles forem eleitos, e também a inegibilidade dos oito anos seguintes”,
afirmou o promotor.
“Essa é só a ponta do iceberg que estamos conseguindo enxergar de condutas que estão sendo levianamente praticadas por diversas pessoas no município e nós estamos na busca incessante contando com o apoio da Polícia Federal. Nós estamos apurando e aprofundando para se descobrir uma teia verdadeiramente criminosa que possa existir no tocante a eleições municipais. A lei que trata do crime da compra de votos também pune o eleitor. A mesma pena para candidatos é para o eleitor que solicita ou recebe aquela benesse em troca de um voto” acrescentou o promotor Audo Rodrigues.
Autor/ Créditos: Redação
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