segunda-feira, 31 de agosto de 2015

PRE frustra chacina e prende quatro pessoas

Armas aprendidas
 A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) prendeu, na manhã de sábado (29/08), quatro pessoas que planejavam, segundo a polícia, cometer uma chacina na cidade de São Felix (BA), a 38 km de Feira de Santana.

De acordo com a polícia, Joaneson Gonçalves da Cruz, 24 anos, Oteoni da Silva Cabral 31, o irmão dele Irailton da Silva Cabral, 22, um adolescente de 12 anos, fretaram por R$ 120, 00, um veículo Corsa Sedan, de propriedade de Paulo Henrique Costa Lima, 19 anos, que faz transporte irregular de passageiro mais conhecido como “Ligeirinho”.
 
Eles saíram da Praça do Tomba, em Feira de Santana, e ao passar pelo Posto 3.1/1, em São Gonçalo dos Campos, foram abordados pela PRE que encontrou no interior do veículo uma pistola 380, um revólver calibre 38, uma faca e dois revólveres calibres 32, além de um machado, luvas e cerca de 50 munições. Todos foram levados para o Complexo de Delegacias em Feira de Santana.
O proprietário do veículo prestou depoimento acompanhado pela advogada Luana Dourado e em seguida foi liberado. O jovem, segundo a advogada, não tinha envolvimento com o grupo, não sabia a intenção dos quatro homens, e foi ouvido pelo delegado Laércio Santos como testemunha. O adolescente também foi liberado porque não houve violência, nem crime de ameaça. Os demais foram autuados em flagrante.
 
Entenda o caso
O planejamento da chacina foi motivado por uma vingança. De acordo com a mãe de Joaneson, havia uma disputa por ponto de drogas na cidade de São Felix e por volta das 20h30 do dia 26 de abril deste ano dois homens invadiram a residência dela a procura de Joaneson. Como não o encontraram atiraram no sobrinho dele, uma criança de 3 anos que foi alvejada debaixo do queixo. A bala ficou alojada no crânio e o garotinho perdeu a visão do olho direito. A mãe da criança, de 20 anos, também foi baleada no seio e na cabeça.
 
A família foi obrigada a deixar a cidade e morar em Salvador. Neste sábado o grupo iria se vingar, mas teve o plano frustrado pela PRE. “Eles iriam cometer essa loucura por causa da impunidade da polícia de São Félix. Os meliantes que invadiram minha casa ficam na praça, no campo, tomando cerveja, faço denúncias e eles não fazem nada. Tive que sair da minha casa com minha família, recomeçando do zero, e sofrendo quando olho para meu neto que nasceu perfeito e agora está deficiente de um dos olhos. Meu neto e minha filha não tinham nada a ver com essa disputa de droga e ele só não executou o menino e minha filha porque eu lutei com ele dentro de casa”, disse.
 
O adolescente que foi apreendido e liberado disse que a intenção era matar quem encontrasse. “A arma que eu estava usando? Um 32, um litrão, uma faca e um machado. A gente ia cortar o corpo todo, arrancar cabeça, braço, perna, depois de derrubar. Eles querem ser mais que todo mundo e isso não existe. A gente ia matar quem estivesse lá. Só bateu na mente de ir, conversamos pelo celular e foi aquilo mesmo. Depois a polícia pegou a gente no meio do caminho. Se desse certo depois a gente ia pegar outro carro para qualquer cidade. Se eu teria coragem de cortar a cabeça? Lógico”, respondeu o garoto de 12 anos.

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