A
delegada Jussara Souza, da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), negou na noite desta
quarta-feira (16/10) que a médica Kátia Vargas Leal, suspeita de ter causado a
morte de dois irmãos em um acidente, tenha tentado fugir do Hospital Aliança
hoje. "Não existe isso. Não aconteceu", garante. A assessoria da
Secretaria da Segurança Pública (SSP) também disse desconhecer qualquer
tentativa de fuga da suspeita, que já teve a prisão preventiva decretada e está
sob custódia.
Segundo
Souza, o mandado de prisão contra a médica não tem prazo para ser cumprido. Ela
disse que pretende ir ao hospital "a qualquer momento a partir de
amanhã". Depois disso, Kátia deve ser ouvida em depoimento - ela tem
direito de não responder às questões se quiser. Por fim, ela será encaminhada
para a penitenciária e deve responder às denúncias presa. A reportagem não
conseguiu contato com o advogado Vivaldo Amaral, que representa Kátia, para
saber quais os próximos passos planejados pela defesa.
"Ela
tem que se submeter à Justiça. Nós do Ministério Público temos que dar uma
resposta imediata à sociedade". A fala é do promotor Davi Gallo, que
afirmou que Kátia já é considerada presa, por determinação da Justiça, mas não
pode ficar hospitalizada se não há necessidade. Laudo feito pelo Departamento
de Polícia Técnica concluiu que ela já pode receber alta - em contraste com um
boletim divulgado pelo Hospital Aliança, que recomendou de 24h a 48h de
observação para a suspeita.
Samu
e Aliança
Para o advogado, Kátia deveria ter sido socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no dia do acidente para um hospital público. "Aqui em Salvador, deveria ser o HGE, que possui cárcere", acrescenta. "O MP está apurando o motivo para isso não ter ocorrido" e se "houve algum tipo de proteção".
Nivaldo
Aquino, coordenador da área criminal do Ministério Público, afirmou que caso
seja confirmado que a médica teve algum tipo de ajuda do Hospital Aliança ou do
Samu para evitar a Justiça, as investigações irão continuar neste sentido.
"Se tivermos elementos constatados efetivamente que o atendimento que ela
tem é apenas protelatório, se houve uma violação da norma penal, vamos
averiguar a partir destas informações e dentro dela ver se merece um tratamento
penal", explica Aquino.
Segundo
Aquino, "emocionalmente ela está instável. Mas a instabilidade (emocional)
não impede que ela seja presa". O inquérito do caso deve ser concluído até
segunda-feira (21). O MP pretende denunciar Kátia Vargas Leal por homicídios
triplamente qualificados.
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