O município de Simões Filho, na região
metropolitana de Salvador, com 118 mil habitantes, tem a maior taxa de
homicídios do país. São 146, 4 mortes por cem mil habitantes. Metade dos crimes
tem relação com o tráfico de drogas, segundo a polícia.
O delegado da cidade Antônio Fernando Soares diz
que os confrontos também envolvem criminosos de Salvador. "As lideranças
de lá estão vindo para cá e disputando território com os traficantes daqui, e
aí se resulta em embates e, infelizmente, em homicídios", afirma.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia,
o alto índice de homicídios registrados em Simões Filho ocorre porque o
município é a principal área de "desova" de crimes praticados em toda
região metropolitana de Salvador.
Apenas 22 quilômetros separa Simões Filho da
capital pela BR-324, a mais movimentada rodovia da Bahia, e por duas estradas
estaduais. Algumas vítimas só aparecem depois de semanas ou até meses. Elas são
achadas em locais de "desova" às margens das estradas. Só de março
até junho, 27 corpos foram encontrados em áreas de mata nativa próximas à
cidade.
A polícia diz que pelo menos quatro grupos disputam
os pontos de venda de drogas em Simões Filho. Em um dos bairros mais perigosos,
onde os traficantes impõem uma rotina de medo, os moradores se escondem e
evitam conversa.
Até mesmo quem não vive nesses bairros prefere não
se expor quando o assunto é a violência. Assaltado duas vezes perto de casa, um
rapaz que prefere não se identificar diz que não sai mais à noite. "Até
para ir numa pizzaria a gente procura ir em torno de 17h, 17h30 para estar
voltando cedo para casa porque a violência cresceu desordenadamente",
aponta.
"Está bastante ruim, muito tiro, muito
assalto, está um inferno, na verdade, um inferno", relata outra moradora.
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