A iniciativa da Assembleia Legislativa da Bahia de fazer sessões itinerantes é pioneira do ponto de vista da democratização do poder, porque proporciona o acompanhamento do funcionamento da ordem do dia, do pequeno e do grande expediente da Casa. Coisa diferente para quem não conhece os trâmites daquela área de atuação parlamentar.
Trazer os nobres deputados para Feira de Santana para aprovarem atos legislativos de interesse maior, reveste-se de simbologia o próprio ato, porque na Bahia o acesso ao plenário do Legislativo é coisa naturalmente difícil, tanto para lideranças do povo, bem como para o próprio povo.
A casa do Parlamento baiano localiza-se num espaço inacessível, parece que foi feito exatamente para ninguém ver o que acontece no local. Bom moço deve ter sido quem pensou dessa forma, o poder longe do povo!
Mas pelo menos muita gente de Feira de Santana teve a oportunidade de ver de perto como se comportam alguns representantes do povo baiano. Houve deputado que teve a capacidade de respeitar o povo da cidade, apresentando-se como manda o figurino e cumprindo o seu papel na tribuna legislativa. Mas foram poucos esses que sabem ser educados e se comportar como gente decente em público, tanto da situação como da oposição.
Agora o que chamou mesmo a atenção dos presentes ao Teatro Amélio Amorim, foi a falta de respeito de alguns sujeitos que vestem paletós e gravatas para assumir a postura de representantes do povo, o título de deputado baiano. Alguns desses bons moços esbravejaram palavras de baixo escalão, desrespeitando o povo presente e a opinião pública.
Teve parlamentar que chamou a mídia feirense constituída, bem como os formadores de opinião de mercenários, bem como teve parlamentar que chamou instituições também constituídas de praticarem roubo ao erário público, sem apresentar provas convincentes.
O primeiro deveria respeitar pelo menos os representantes legítimos dos meios de comunicação locais, os jornalistas e os blogueiros que fazem opinião, bem como as pessoas que pensam, escrevem e falam, e são livres de correntes da dependência econômica. Em relação ao segundo, tenho que me calar, pois não sou representante de locuções partidárias, e considero que quem deveria responder ao mal-educado deveria ser os representantes das próprias agremiações agredidas publicamente.
Mas considero que ambos fizeram um papel ultrajante, de desrespeito a quem foi ao Amélio Amorim ver civilidade e coerência, com o Parlamento como interlocutor da sociedade com o Governo constituído.
Ainda bem que aprovaram o minguado projeto da Região Metropolitana de Feira de Santana, e ainda conseguiram homenagear algumas pessoas, que representam simbolicamente o trabalho feito fora dos aparelhos do poder constituído.
Na opinião de muitos, os deputados, colocando exceções claras, fizeram da primeira sessão itinerante um grande circo, aonde transformaram o povo nos verdadeiros palhaços, enquanto os mesmos apenas aproveitaram o picadeiro como animais.
Deputado eleito pelo povo deveria se dar ao respeito de pelo menos respeitar quem lhe ouve, fiscalizar o Poder Executivo, propor políticas que de fato melhore a vida do povo, bem como se comportar como deputado, e não querer fazer circo para roubar a cena. Tomara que em Vitória da Conquista, eles respeitem aquele povo civilizado como os feirenses, porque senão realmente vamos ter que concordar com a opinião de alguns ignorantes, de que não precisamos de políticos.
Genaldo de Melo
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