quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Geovane não foi morto a tiros e sim decapitado, diz polícia

Geovane Mascarenhas
 Segundo médicos peritos, Geovane Mascarenhas de Santana, 22, que desapareceu no dia 2 de agosto após abordagem de três policiais militares, não foi morto a tiros, segundo apontam exames. Corpo do jovem, encontrado no último dia 3, no Parque São Bartolomeu foi decapitado, carbonizado e teve duas tatuagens e os órgãos genitais removidos com um objeto cortante.

Durante coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (20), o Departamento de Polícia Técnica (DPT) indicou que exames de DNA confirmaram que uma mão identificada por papiloscopia como sendo de Geovane é compatível com o corpo e a cabeça encaminhados ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML). Assim, não foi necessário o reconhecimento dos restos mortais por familiares.
 
Segundo o DPT, o corpo de Geovane passou por uma série de exames em diferentes coordenadorias, começando pela Tanatologia, Antropologia Forense, Anatomia Patológica, Necropapiloscopia, DNA, Toxicologia e, por fim Radiologia. Foi indicado, ainda, que não houve o uso de arma de fogo.
Outros exames complementares ainda estão em fase de desenvolvimento e, segundo o perito médico legista do DPT, Paulo Peixoto, dentro de dez dias ele saberá qual foi a causa da morte e outros detalhes sobre o crime. "Nós estamos levantando os exames para saber se ele foi decapitado antes ou depois da carbonização", afirmou.
 
Paulo confirmou, ainda, que as tatuagens foram removidas por objeto cortante, mas disse não poder afirmar se isso foi feito para dificultar a identificação da polícia.
 
O corpo de Geovane já foi liberado para que a família possa sepultá-lo.
 
Entenda o caso
 
Desde o desaparecimento de Geovane, o pai vem atuando como um “P2”, que no jargão policial se refere a PMs que atuam, sem farda, em investigações. Na investigação por conta própria, foi Jurandy que conseguiu as imagens em que o filho é abordado por policiais militares. Foi a última vez em que Geovane foi visto.
 
O caso veio à tona depois da  publicação do vídeo pelo CORREIO, na quarta-feira. 
 
Os PMs envolvidos são das Rondas Especiais (Rondesp) Baía de Todos os Santos, localizada na 14ª Companhia Independente (Lobato), mas a corporação se nega a identificá-los.
 
Em, nota, a PM diz que está preservando a identidade dos policiais por uma questão técnica do inquérito policial, “pois as provas colhidas até o presente momento são contraditórias e os indícios de culpabilidade só irão se apresentar com a conclusão do inquérito (Policial Militar)”.
 
Há dois inquéritos abertos sobre o caso: um Inquérito Policial Militar (IPM), que corre na Corregedoria da PM e investiga a atuação dos policiais; e um inquérito civil, aberto no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o desaparecimento do rapaz. Na quarta-feira, a PM havia informado que o prazo para conclusão do IPM era de 30 dias. Ontem, passou para 40. 
 
Informações do CORREIO 24 HORAS 

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