A sobrinha de
José Reginaldo do Espírito Santo, que estava desacordado há 18 dias no
Hospital da Restauração (HR), no Recife, afirmou nesta quinta-feira (12/09) que
vai procurar a polícia para esclarecer as circunstâncias em que seu tio foi
encontrado, no último dia 24, em Jaboatão dos Guararapes, no
Grande Recife. A supervisora de
vendas Ana Carla Moreira chegou ao Recife na quarta-feira (11), e está
acompanhando o tratamento do parente no HR. Seu tio foi encontrado desacordado
em um hotel com uma fratura no pé, e apresenta sonolência desde
então.
De acordo com ela,
ainda há muitas dúvidas sobre o quadro de saúde dele e as causas de tudo.
"Pretendo prestar queixa na delegacia ainda hoje [quinta], na parte da
tarde, porque vai me ajudar a esclarecer. Considero importante saber onde e
como encontraram ele. Pelo que eu soube, o hotel acionou a polícia, que foi
quem chamou o Samu", relatou ela. Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, o
caso ainda não foi registrado em nenhuma delegacia. Caso solicitado, uma
investigação pode ser aberta.
De acordo com os
médicos, José Reginaldo apresenta quadro estável. Ele responde a estímulos, mas
não fala e nem passa muito tempo acordado. De acordo com a chefe de clínica
médica do HR, Lígia Arruda, os exames de sangue e tomografia não apresentaram
nenhum distúrbio metabólico que justifique o quadro. "Do ponto de vista
neurológico, não há nenhuma lesão ou hemorragia. Não tenho a informação sobre
um possível quadro de depressão, mas ele terá acompanhamento psicológico. A
fratura do pé não faz necessário um procedimento cirúrgico", afirmou ela.
No momento, ele passa apenas por um tratamento para infecção urinária e está
sendo buscada a causa da sonolência.
Ainda na
quarta-feira, com a chegada da sobrinha, José Reginaldo conseguiu escrever uma
breve carta direcionada à família. De acordo com Ana Carla, ele pede perdão o
tempo inteiro. "Ele agradece por existir, pede desculpas à família por
tudo, por ter aparecido na imprensa. Ele perdeu o emprego, disse que a vida
dele não fazia sentido... Eu disse pra ele que não era nada disso. Falo o tempo
inteiro do nosso amor por ele. Acredito que tudo isso seja sintoma de
depressão, mas tenho que aguardar o posicionamento dos médicos", disse
ela. Através de gestos, José Reginaldo apontou à sobrinha que sente dores de
cabeça e nas pernas.
Ana Carla falou
novamente sobre o desejo de transferir o tio para a Bahia, onde mora parte da
família. "Ele tem 14 irmãos que moram em Feira de Santana e Salvador.
Estamos todos muito unidos, estou aqui com o apoio de todos eles", disse
ela. Ana explicou que foi escolhida para viajar até o Recife por encarar a
situação com mais firmeza e ter disponibilidade. A doutora Lívia Arruda, no
entanto, afirmou que a transferência dele neste momento não é recomendada.
"Não acho que ele deva ser transferido agora; devíamos entregá-lo com um
quadro mais esclarecido", disse ela.
A família
procurava Reginaldo há oito anos, desde que ele foi visto pela última vez no
velório da mãe, em Feira de Santana, BA. Com a
pasta do tio, foram entregues a ela a carteira dele, documentos de empresas,
fotos dele, R$ 240 e um celular sem chip. O vôo de volta para a Bahia estava marcado para esta quinta, mas Ana
Carla adiou para sexta-feira (13).
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