Local do crime
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Em uma ação cinematográfica, uma quadrilha cercou um quarteirão na cidade de Barreiras, no Oeste da Bahia, invadiu um residência, explodiu a sede de uma empresa de transporte de valores e trocou tiros por mais de uma hora com as polícias Civil e Militar do município.
O assalto deixou os moradores da cidade em pânico e feriu um policial militar. O grupo também matou o cachorro de uma família local. Ao CORREIO, a vendedora Margarete de Souza Ferreira, que mora perto do local do crime, revelou que estava dormindo no momento e acordou com o barulho.
"Fique com medo quando ouvi as explosões, e fiquei dentro de casa. Soube que quem mora ainda mais perto da Prosegur teve o portão de casa todo atingido por tiros", disse Margarete.
De acordo com o capitão Cristiano Andrade da Gama, comandante 84ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), pelo menos 15 homens participaram da ação, que começou por volta da 1h30. Integrantes do grupo invadiram a casa de uma família que ficava nos fundos da sede da Prosegur, na rua São Sebastião.
O grupo rendeu os moradores da residência e invadiu local. "Eles entraram na casa, acordaram todo mundo e deram muitos tiros, colocaram dinamite no muro dos fundos do imóvel, que dava acesso à empresa, e explodiram", relatou ao CORREIO o delegado Joaquim Rodrigues, titular da 1ª Delegacia de Barreiras. "Com isso, eles tiveram acesso até o pátio da Prosegur, e saíram colocando dinamite nos obstáculos até chegar em uma área onde havia o cofre matriz, onde ficavam os malotes de dinheiro".
Os criminosos também mataram o cachorro da família. No momento da ação, havia apenas um funcionário na sede da empresa, um segurança. "Eles jogaram dinamite na guarita onde o segurança estava, e ele acabou se escondendo em um local onde os bandidos não tiveram acesso. Mas aí eles já tinham conseguido chegar onde queriam e explodiram o cofre", disse o delegado Joaquim.
Troca de tiros durou mais de uma hora, diz polícia
O quarteirão onde a sede da Prosegur fica foi cercado pelos bandidos, que entraram em confronto com a polícia. "Eu estive com uma equipe no local e fomos recebidos à bala. Foi uma ação que demorou muito, quase cinematográfica. A troca de tiros deve ter durado mais de uma hora", afirma o investigador.
O comandante Gama também confirma a informação. "O confronto foi bem demorado, durou cerca de 50 minutos ou mais, e eles estavam usando armas de grosso calibre. Eles também queimaram veículos em dois pontos da cidade para dificultar o apoio de guarnições da polícia", conta o PM.
A quadrilha usou uma Fiat Strada e um caminhonete S-10 para bloquear o acesso a uma ponte que separa o centro da cidade do bairro Barreirinhas e o acesso à estrada que liga os municípios de Luis Eduardo Magalhães e Barreiras. Eles também atearam fogo aos veículos e os abandonaram no local.
Um dos carros incendiados pela quadrilha durante a ação (Foto: Site Mais Oeste)
Durante o confronto, um PM foi alvejado no pé. Ele foi socorrido para o Hospital do Oeste, mas ainda segundo a polícia, foi medicado e passa bem. O grupo de criminosos fugiu e foi perseguido por equipes da Polícia Civil, e guarnições da Rondesp Oeste, 83ª e 84ª CIPM, assim como pela Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe/Cerrado). As equipes realizam buscas na região.
Bandidos tomaram veículos de assalto durante fuga
Os assaltantes fugiram pela BR-135, rodovia que liga a Bahia ao estado do Piauí. De acordo com o delegado Joaquim Rodrigues, a quadrilha abandonou três veículos nas imediações da cidade durante a fuga - duas caminhonetes Hilux e uma Ranger Rover.
Já a Polícia Militar afirma que, até o momento, dois veículos utilizados na ação foram apreendidos, mas que os criminosos foram abandonando vários carros ao longo da rodovia. "No local do embate ficaram dois - uma Ranger e uma Hilux branca. Um outro veículo que deu apoio a eles durante a ação, uma Strada, foi queimada na estrada que dá acesso a Luis Eduardo Magalhães. Mas teve muita gente de moto e muita gente de carro participante da situação", afirma o capitão Cristiano da Gama.
"A gente também soube que eles foram tomando veículos de assalto para fugir - uma Frontier branca, uma SW-4 preta... Tem mais um outro carro que ainda não confirmamos se foi roubado mesmo, mas que foi achado abandonado mais à frente. E alguns bandidos possivelmente ficaram feridos, porque encontramos vestígios de sangue na esquina onde eles trocaram tiros e em alguns dos veículos abandonados", concluiu o comandante da 84ª CIPM.
Quantia roubada não foi divulgada por polícia; empresa diz que colabora com investigações
A perícia no local do crime foi realizada na manhã desta sexta-feira (22). Ainda assim, os valores roubados pelo grupo durante o assalto ainda não foram confirmados pela Polícia Civil e pela empresa.
"Ainda não se contabilizou quanto eles levaram, mesmo porque eles explodiram tudo lá", comentou o delegado Joaquim, que revelou que a delegacia de Barreiras ainda não identificou suspeitos de participarem do crime.
O CORREIO entrou em contato com a Prosegur, que também não divulgou a quantia roubada pelos criminosos. Em nota enviada à imprensa, a empresa disse que está fazendo o possível para auxiliar a polícia nas investigações. Leia abaixo na íntegra:
"A Prosegur confirma um assalto ocorrido na madrugada de hoje (22/04) a sua base em Barreiras – BA. A companhia informa que nenhum de seus funcionários foi ferido e que está à disposição das autoridades e colaborando para o andamento das investigações".
Informações do CORREIO 24 HORAS. Colaborou Tássio Santos, integrante da 10ª turma do programa CORREIO de Futuro fotos Fernandez Fernandes/ Blog Sigi Vilares