Paralisação
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Os policiais civis da Bahia pararam as atividades em todo o estado nesta quarta-feira (20/01). A mobilização é de 72h e os profissionais só retornam ao trabalho no sábado (23/01). Durante a paralisação está mantido nas delegacias 30% do efetivo, em atendimento para idosos e crianças, prisão em flagrante e levantamento cadavérico. A categoria programa uma manifestação para às 9h desta quarta, seguida de assembleia, em frente à sede da Polícia Civil, no bairro da Piedade, em Salvador.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), Marcos Maurício, diz que, no protesto, os trabalhadores pretendem entregar, simbolicamente, as armas e a careira funcional. “É uma forma simbólica, não é a entrega de fato. É para dizer ao governo que esse modelo de polícia não funciona nunca. São problemas diversos, vai da estrutura física até o modelo de investigação equivocado da polícia”, justifica.
Conforme o sindicalista, na assembleia desta quarta, a categoria irá avaliar a proposta de paralisação por mais 72h nos dias 1º, 2 e 3 de fevereiro, quando acontecem as festas de Iemanjá e o primeiro dia do carnaval em Salvador.
O presidente do Sindipoc afirma que o valor da escala extra que deve ser pago à categoria para trabalhar na festa ainda não foi definido pelo governo. “Porque nós entramos na Justiça para pagar por hora extra e obrigar o Estado a adotar até 60 horas extras por mês. O Estado obriga o policial a trabalhar mais 120 horas extras no carnaval”, diz.
Entre as reivindicações dos trabalhadores está a reestruturação salarial com igualdade entre os cargos, baseada na atividade de investigação criminal. “Todos nós policiais civis fazemos parte da investigação e hoje a briga interna é para dizer que só um cargo faz a investigação. No mundo inteiro, todo cargo é multidisciplinar, aqui seria só um”, explica o presidente do Sindipoc.
Marcos Maurício critica ainda o modelo de investigação criminal na polícia, que, segundo ele, é lento. “A cada 100 homicídios, quatro são elucidados na Bahia. O Brasil adota uma forma de investigação excessivamente formal. A polícia imita o Judiciário. Como fazer um rito dentro da policia, que é muito mais acelerado e ter que fazer com abertura de inquérito? É uma coisa que tem que ser discutida e mudada”, opina.
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