A Polícia Militar divulgou nesta sexta-feira (20),
as fotos do Teste de Habilidade Específica (THE) para participação do Curso de
Operações Policiais Especais (Copes), realizado na segunda-feira (16). Na
ocasião, quatro policiais militares passaram mal. Dois deles morreram, um está internado em
estado grave e outro teve alta médica na quinta-feira (19). Ao todo, 67 PMs
participaram da prova.
A avaliação física foi realizada no quartel do
Batalhão de Polícia de Choque, em Lauro de Freitas, região metropolitana de
Salvador. As imagens mostram algumas etapas do teste: alongamento, prova e
atendimento a um dos PMs que morreu após sentir mal-estar durante a prova. Em
entrevista ao G1, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo
Castro, informou que o curso foi suspenso por tempo indeterminado.
"A previsão era de que a segunda fase tivesse
início no de 3 [de janeiro de 2014]. Por questão de precaução, nós suspendemos
o curso. Desses 67 que fizeram a prova, somente quatro perderam. Infelizmente,
foram aqueles que passaram mal. Então, nós temos 63 aptos pra iniciar o curso e
dar continuidade, mas isso já está comprometido", afirmou.
O comandante voltou a afirmar que todos os
policiais que participaram da prova passaram por uma bateria de exames e
estavam aptos a realizar o teste. Segundo ele, nas seis edições do teste que já
foram realizadas, nenhum policial havia passado mal.
"Não esperávamos que isso acontecesse. O homem
que foi pra lá já foi preparado. Teve um teste que antecedeu esse, em que eles
tiveram que fazer 4 km em uma média de 17 minutos. Dessa vez, ele ia percorrer
10 km em 60 minutos. Não é um teste de quem chegar primeiro, é um teste de
condicionamento físico. Não é aquela disputa. É uma tropa, onde todos correm
juntos", garante o comandante.
Alfredo Castro também falou sobre a "pressão
psicológica" e destacou a capacidade que os policiais devem ter para lidar
com diferentes situações. "Existem mecanismos, ensinamentos, que você tem
que estar sob pressão para dar resposta. Vou dar um exemplo. Em situações de
refém, nós temos o gerenciador de crise, que é o cara que vai pra lá e fica
negociando. Se ele não tiver um certo controle, ele comete coisas que não devem
ocorrer. Ele tem que ter o preparo necessário para responder a isso. O policial
que é do Comando de Operações Especiais tem que ser um bom atirador. Ele pode
salvar vidas com um tiro. Então não pode ser psicológicamente uma pessoa mal
preparada. Então toda essa estrutura do curso eu não vejo, e até agora não se
tem nada de registro, que tenha um desvio. A pressão psicológica talvez faça
parte do curso, de uma técnica".
Sobre as investigações do caso, o comandante
afirmou que a previsão é de que o inquérito seja encerrado em um prazo de 40
dias.
"Nós estamos trabalhando em todas as
vertendes. Primeira vertente da etapa, alguns procedimentos que foram tomados,
se houve negligência ou imprudência dos nossos coordenadores e estrutures do
curso. E a outra vertente é a causa da morte dos policiais".
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